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Crítica – Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar

Filme tenta ser uma renovação da franquia, mas está preso demais ao passado.

É inegável que Jack Sparrow é um dos personagens mais queridos da história do cinema. Carismático, sedutor, inconsequente e politicamente incorreto, ele é completamente diferente de tantos outros figurões já interpretados por Johnny Depp. Talvez por isso, o público perceba como Depp sempre se sentiu a vontade com o personagem nas telonas. Infelizmente isso não acontece no novo Piratas do Caribe, A Vingança de Salazar.

Neste novo capítulo, um grupo de piratas fantasmas liderado pelo Capitão Salazar (Javier Bardem) busca exterminar todos os piratas, mas de modo especial um: Jack Sparrow. Para sobreviver, Jack precisa encontrar o Tridente de Poseidon e, para isso, precisará se unir ao jovem marujo Henry Turner (Brenton Thwaites) e Carina Smyth (Kaya Scodelario). Este porém, pretende resgatar seu pai, Will Turner (Orlando Blomm) da maldição do navio Holandês Voador enquanto ela tem suas próprias dívidas com o passado.

A inserção de novos personagens ligados aos antigos demonstra o interesse da Disney em renovar a franquia que chegou no seu quinto filme com sinais de desgaste. Porém, apesar da proposta de renovação, o filme apresenta mais do mesmo: humor escrachado, cenas de ação mirabolantes, muitos efeitos especiais e mais uma trama superficial que não acrescenta nada de novo. Johnny Depp, talvez por conta dos muitos escândalos pessoais em que se envolveu, parece muito pouco a vontade no papel, cumprindo o protocolo. Claro, que parte dele as cenas mais engraçadas, mas ainda assim, esse não é o Jack Sparrow que conquistou o público em 2003, no primeiro filme da franquia.

A melhor parte do novo filme fica por conta do vilão, interpretado pelo ótimo ator Javier Bardem. A segurança do ator no papel somada aos excelentes efeitos visuais, criam um dos melhores vilões da franquia. Infelizmente só isso não basta para salvar o filme que termina por ser bem frustrante.

Para quem busca uma diversão despretensiosa sem se importar com o clichê e a repetição da fórmula, o novo Piratas do Caribe vai agradar. Mas, para os fãs da franquia, fica aquela sensação de que a Disney desperdiçou o potencial do filme e dos atores, de novo…

Obs: fique atento à cena pós créditos e a impagável aparição do pirata interpretado por Paul McCartney. É, de longe, o melhor momento do filme.

anderson goncalves

Filósofo, professor, cinéfilo, colecionador, sarcástico profissional e nas horas vagas roteirista. Guarulhense, católico que acredita no poder da Força, gosta de viajar fisicamente e em seus devaneios e paranoias. Minha capacidade para ser feliz poderia ser colocada numa caixa de fósforos, sem tirar os fósforos antes.