Cinema

Crítica – Alien: Covenant

Crítica do Filme Alien: Covenant

Alien – O Oitavo Passageiro (Alien – 1979) é sem dúvida um clássico do cinema de terror/ficção científica, dirigido pelo Ridley Scott o filme se tornou cultuado pelo mundo todo por implementar elementos ousados como o horror claustrofóbico em um filme de monstros. Com o sucesso seria inevitável as diversas continuações que oscilaram entre ótimas, como o Aliens de James Cameron, e péssimas, como Alien – A Ressurreição.

Posteriormente, o próprio Ridley Scott embarcou em uma empreitada para tentar revisitar esse universo que fez tanto sucesso, e em 2012 lançou Prometheus que é o que chamam de “prequel”, ou seja, acontecimentos que antecedem ao filme de 79 e que serve como uma espécie de prólogo e novamente com o relativo sucesso é tentado nova continuação, e assim chegamos em 2017 com Alien: Covenant que é o sucessor de um antecessor.

A realidade é que o Ridley Scott é um diretor inconstante, num momento ele lança um filme ótimo como Gladiador no outro ele desce ladeira abaixo e faz um Conselheiro do Crime, e essa irregularidade que permeia sua filmografia reflete em Alien: Covenant, o filme é completamente irregular.

Primeiro, o filme ignora completamente os fatos de Prometheus, as questões que foram levantadas anteriormente são simplesmente deixadas de lado, não é que o filme responde mal, ele simplesmente não responde! Tudo é deixado de lado, não vou levantar ponto a ponto, pois suponho que devem ter assistido ao filme (Prometheus), mas se você assistir a Covenant esperando que as respostas surjam, pode esquecer, pois ele não faz isso.

Segundo, a parte técnica do filme é desleixada, beira um filme “B” de tão mal feito. Assim, se o filme é propositalmente tosco é compreensível pela proposta, mas aqui não é isso, o filme é pretensioso até demais e visivelmente o Alien (quando aparece) parece um boneco de quinta categoria, não transmite o mínimo de credibilidade para construção da narrativa.

E para completar o roteiro não sabe se é um filme de aventura, de terror ou de ação, sofre da síndrome do Pato, não voa direito, não nada direito e não anda direito. Faz tudo um pouco e nada bem feito, parece que é um vírus que contaminou esse tipo de filme, vários outros sofrem disso, Passageiros, Vida, por exemplo, são perdidos assim. Ele aparenta pegar um pedaço de cada filme anterior da franquia e atira para todos os lados.

E por fim os personagens são totalmente unidimensionais, se nos anteriores a Ripley carregava o carisma, depois o David tem essa função e supre razoavelmente. Agora nenhum personagem importa, todos são descartáveis e retilíneos, você sabe o que cada um vai fazer trinta minutos antes de acontecer, totalmente previsíveis.

Alien: Covenant é um reflexo de seu criador, não supre bem em praticamente todos os aspectos, técnico, narrativo e cinematográfico. Pela popularidade a franquia merecia mais do que foi entregue e consegue facilmente ser o pior dos seis filmes, e fez Alien 3 ser um primor.

Victor Magalhães

Formado em Ciências Contábeis, mas atuando na área financeira, atualmente estuda Direito, viciado em comprar livros (mesmo sabendo que talvez não vá ler rs), cinéfilo, gamer, aspirante a crítico de cinema, apreciador de séries e desenhos, pode ser encontrado facilmente pelos melhores bares da cidade.