Cinema

Crítica | O Matador

O primeiro filme original Netflix de produção nacional trouxe grande expectativa após o lançamento do trailer. Confira o que achamos da obra.

É notória a preocupação com a fotografia do sertão nordestino, as cenas e locações foram foram elaboradas para entregar umas das melhores fotografias do cinema nacional. Cabeleira o nosso protagonista vivido por Diogo Morgado, Sua trajetória desde a infância sofrida, criado pelo homem chamado de Sete orelhas (Deto Montenegro), Com a morte do padrasto Cabeleira assume a alcunha de matador. A primeira metade do filme é usada para contar a trajetória de Cabeleira, A segunda metade é usada para interligar acontecimentos que levam ao próprio Cabeleira e a conclusão da trama, o maior problema da segunda metade é que o protagonista se ausenta durante boa parte do filme.

Com a trama confusa em sua segunda metade e um protagonista que não causa empatia na sua jornada, o filme nos apresenta ao gran finale com um sentimento de que faltou desenvolvimento dos personagens, principalmente dos coadjuvantes. A falta de apresentação de elementos culturais mais fortes afasta ainda mais a possibilidade de empatia com o filme, Apesar desses deslizes o filme entrega o que promete: a historia de um matador do sertão nordestino, castigado com a falta de oportunidades, mas que sabe sobreviver nas dificuldades.

Em sua estreia nos filmes originais brasileiros, a Netflix entrega um bom filme, que apesar da inconsistência entrega o que prometeu. Vale a pena conferir essa obra que abre maiores alternativas ao cinema nacional.

 Direção: Marcelo Galvão                                                                                               Elenco: Diogo Morgado, Mel Lisboa, Maria de Medeiros, Nill Marcondes, Paulo Gorgulho, Marat Descartes.