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Crítica | Sobrenatural: A última Chave

Crítica do filme Sobrenatural: A última Chave

Uma consequência natural do sucesso é a notoriedade e isso no mundo do cinema é sinônimo certeiro de continuidade, melhor dizendo, quando uma boa ideia rende frutos (leia-se dinheiro) é natural que seja explorada diversas vezes por diversos caminhos diferentes, com o fim único de extrair o máximo de lucro possível.

O cineasta malaio James Wan é um desses felizardos, com pouco orçamento e muitas boas ideias ele praticamente reinventou a maneira de se fazer filmes de terror nos últimos anos, prova disso? São as franquias imensas que foram geradas de suas ideias, Jogos Mortais, Invocação do Mal e Sobrenatural, que estão ai virando filmes e mais filmes.

Pois bem, estamos em 2018 e mais um filme da franquia Sobrenatural é lançado nos cinemas, A Última Chave é mais uma das tentativas de exaurir o potencial de uma boa empreitada, mas aqui é só mesmo tentativa.

Nem todo mundo goza do talento de Wan como diretor de terror, que com domínio de linguagem consegue criar a aura sombria que todo filme de terror precisa aliado aos clássicos sustos por “jump scare” mas isso sem deixar de lado a construção narrativa, o que visivelmente não está presente em Sobrenatural: A Última chave.

O roteiro é de uma obviedade sem igual, desde o primeiro instante já se pode notar que estamos em um filme de terror indo de contramão da construção mais gradual da narrativa, de plano já somos lançados no mundo obscuro, o que logo de início já tira quase que totalmente a imersão forçando a todo momento que vamos viver uma história de terror, isso ofende em vários momentos.

Outro ponto que incomoda muito é o excesso de flashbacks que para nada servem à história, principalmente pelo fato de que o personagem por si só já falou o que precisaríamos saber para compreender aquele segmento do roteiro, uma verdadeira colcha de retalhos vai se formando com o passar dos minutos e o espectador fica sem saber se tá vivendo o passado, o presente ou o futuro e como se não bastasse isso tudo ainda a química dos atores principais é deprimente tentam empurrar ali umas pitadas de humor completamente descabido para a situação.

Definitivamente Sobrenatural: A Última Chave não é um dos melhores exemplares do subgênero do terror, principalmente depois de A Bruxa e O Ritual, filmes criativos e com reflexão como pano de fundo, é um filme para se esquecer facilmente depois de assistir.

Victor Magalhães

Formado em Ciências Contábeis, mas atuando na área financeira, atualmente estuda Direito, viciado em comprar livros (mesmo sabendo que talvez não vá ler rs), cinéfilo, gamer, aspirante a crítico de cinema, apreciador de séries e desenhos, pode ser encontrado facilmente pelos melhores bares da cidade.