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Resenha crítica – Luta pela liberdade (2022)

O premiado cineasta chinês Yimou Zhang acostumou-se a brindar seu público com excelentes filmes de artes marciais como “Herói”, estrelado por Jet Li além do ótimo “Clã das adagas voadoras”. Em sua mais recente empreitada o aclamado diretor deixa de lado sua zona de conforto e insere-se no mundo da espionagem durante a segunda guerra mundial.
Durante a década de 1930, no estado de Manchukuo, quatro agentes especiais do Partido Comunista Chinês embarcam em uma missão secreta após passarem por um treinamento da União Soviética e retornarem à China. No entanto, a equipe será vendida aos inimigos por um traidor inesperado. Cercados de todos os lados, a missão de codinome “Utrennya” correrá grandes riscos.

A imagem mostra uma mulher com casaco de pele no inverno chinês
Imagem: Divulgação

O longa vai aos poucos construindo sua história e deixando claras as motivações de seus protagonistas que além de lidarem com os rigores do inverno chinês precisam cumprir a missão para a qual foram designados sem saber ao certo se aqueles que os cercam são aliados ou espiões.
A lealdade do quarteto principal ao cumprimento de seu propósito é colocada à prova a todo tempo na medida em que o apoio ao grupo é minado pela constante desconfiança de que seus camaradas são militares infiltrados do exército chinês que objetiva desmantelar a missão.

A imagem mostra um casal armado ao lado de um veículo preto
Imagem: Divulgação

As cenas de violência e tortura são muito realistas e ajudam a dar veracidade aos percalços enfrentados pelos integrantes da missão Utrennya que em russo significa amanhecer, no sentido de que os tempos sombrios serão superados e que com a chegada do amanhecer as esperanças serão renovadas como o novo dia.
A fotografia do filme é muito apurada, mas a trama se desenvolve de maneira confusa já que o visual monocromático dominante no filme, as pesadas roupas de frio e a nevasca constante, dificultam a identificação dos personagens principalmente numa trama em que nem todos são aquelo que dizem ser. O resultado final revela-se uma história com muita informação e pouca fluidez, um filme com a boa intenção de retratar um período obscuro na história da China mas com uma execução bem questionável, nesse longa que é o representante da China para o Oscar de melhor filme estrangeiro de 2022.

william

Direito por formação, Nerd e Otaku por inspiração, Cinéflo por concepção, Redator nas horas de solidão, Pai e marido por paixão e Cristão por convicção.