Crítica| Eike Tudo ou Nada
Quem é Eike Batista? essa é a pergunta que o filme Eike Tudo ou Nada procura responder onde as glórias e quedas se mostram um turbilhão de emoções em um filme que chega aos cinemas essa semana (22/9) com distribuição da Paris Filmes
O filme é inspirado no livro homônimo da jornalista Malu Gaspar de mesmo nome um livro mais investigativo, detalhista e que procura mostrar as diferentes facetas do magnata que foi manchete de todo o Brasil e também de boa parte do mundo com as suas empresas e ações seja pelo lado positivo como negativo seja da gloria e queda vertiginosa.
Grande atuação de Nelson Freitas
Nelson Freitas que em sua longa carreira de ator com mais papéis na comédia agora vem para um papel mais dramático com muitas nuances e que teve uma grande transformação para o papel o mesmo informou em entrevista que chegou a perder mais de 10 quilos para poder interpretar Eike e que como consequência da entrega total a seu personagem faltando 3 diárias para acabar o filme teve uma apendicite o que acarretou no prolongamento das filmagens.
Ele entrega um Eike intenso, megalomaníaco e que a cada “acerto” de suas jogadas se torna cada vez mais egocêntrico, com pitadas de jogos de poder que se expandem e se misturam com a política brasileira e que nada parece detê-lo e tal como um castelo de cartas tudo desaba de forma frenética
Elenco de apoio em sintonia
Já Thelmo Fernandes também trás um papel muito interessante a qual o roteiro e direção criaram exclusivamente para o filme, como Benigno o narrador da história e um dos grandes amigos de Eike ou talvez seria um alter-ego do mesmo?!
Aquele que procurava alertar dos riscos e contar de forma mais pratica o vocabulário de palavras e operações difíceis do mercado financeiro de modo que o telespectador possa compreender um pouco melhor do que foi o furacão Eike
O elenco de apoio também é muito bom com destaques para Marcelo Valle, Bukassa Kabengele, Juliana Alves e Xando Graça interpretando os funcionários da OGX, além de Jonas Bloch Isabel Filardis e André Mattos. E uma participação especial de Carol Castro que interpreta Luma de Oliveira, ex-mulher de Eike.
Duas cabeças pensam melhor que uma ainda mais com uma ótima trilha sonora
Gostei da direção da dupla Andradina Azevedo e Dida Andrade que trazem não somente quem é Eike pela visão deles como os funcionários das empresas OGX mas que tomaram uma atitude interessante e ao meu ver acertada em trazer também o cidadão comum como tantos outros que acreditaram em Eike e que investiram o dinheiro para se tornarem acionistas minoritários acreditando no “salvador” que iria torná-los ricos e que a queda foi brutal pra eles.
Muito também que apesar de ser um longa eles também prestam uma homenagem ao teatro e ao circo em certos momentos do filme(a politica do pão e circo), é bom ficar de olho nos próximos projetos deles pois eles já vem se destacando e ganhando diversos prêmios como no Festival de Gramado
Eles que já fizeram um ótimo filme chamado 30 Anos Blues incluíram também uma ótima trilha sonora que mescla o blues com a bossa nova e o MPB para compor e ajudar na narrativa da história
Quem é Eike Batista?
Mas apesar disso ainda acho que falta ainda muita coisa a ser explicada em quem é Eike Batista?
Não sei se foi uma atitude acertada em trazer essa história em ser um longa metragem devido a tantas reviravoltas e acontecimento que permeiam a vida do ex bilionário, o 7 homem mais rico do mundo, em certos momentos me pareceu muito corrido/frenético e um pouco confusos caricato em alguns personagens e em outros um pouco pensativo demais.
Quem sabe ter transformado em uma série ao estilo House of Cards poderia ter sido mais interessante e eficiente mas apesar disso é um filme bem interessante para se ver e conhecer um pouco de quem é Eike e seu conglomerado mas também o que foi o momento que o nosso pais viveu e também serve de alerta para as pessoas não acreditem em falsos profetas