Críticas

Crítica | Guardiões da Galáxia: Especial de Festas (2022)

Agradando a gregos e troianos, o novo especial da Marvel Studios no Disney Plus abre oficialmente as portas do conteúdo piegas de fim de ano.

Na trama simplíssima, os Guardiões da Galáxia comemoram o Natal para tentarem animar Quill, que ainda está deprimido pela perda de Gamora. Para isso, eles decidem convidar – leia-se, sequestrar – o ator Kevin Bacon para a festa.

A César o que é de César

Embora muitos prefiram se esquecer – e sempre é preciso ter alguém aqui para lembrar -, quadrinhos são produtos de mídia que nasceram dedicados à crianças e pré-adolescentes. O grande mérito da Marvel nos cinemas foi perceber o enorme filão de se aproveitar dessa natureza para vender brinquedos às crianças ao mesmo tempo em que fazia entretenimento para toda a família.

Como efeito secundário, surgiram os fanáticos. Paciência, é mesmo culpa da própria noção de continuidade de um universo compartilhado. Hoje, há por aí um sem fim de “nerds” alterados que reclamam de toda e qualquer aventura que não expanda a “mitologia marvel”.

Mas, quando olhamos para o material base, lá estão os especiais de natal, de ano novo. Lá estão as histórias lúdicas e bobinhas que agradam as crianças e que podem trazer boas memórias afetivas. E é isso que temos neste especial, um cuidado em apresentar o sentimento natalino através de uma aventura sem muitas consequências.

Guardiões

Um especial com gosto de TV aberta

Não levem o subtítulo com mal jeito, digo isso com o bom sentido de quem já está velho demais pra reclamar da TV aberta. A produção é leve, mas é produzida com tanto esmero que produz um verdadeiro encantamento. James Gunn mais uma vez encontra espaço para brincar com a caixinha de brinquedos que é a lista de propriedades da Marvel. E acerta de novo: Cosmo já tem um lugar cativo no meu coração de fã.

Dessa forma, temos aqui uma oportunidade de trabalhar melhor personagens que sempre foram esquecidos pela franquia e meio que deixados de lado. Assim, uma ideia sem muito potencial como a série de Drax e Mantis parece ter sido reformulada para um formato muito mais funcional que dá espaço aos personagens. Além disso, fica a grata surpresa da boa presença de Kevin Bacon que representa como qualquer participação especial de TV faria. Confirmando que a Marvel se consolidou não mais como um evento, mas como um eixo da indústria do entretenimento.

Fato é que a Marvel sempre mostra seu melhor nas raras oportunidades em que os diretores possuem liberdade para criar, ainda que em formatos estranhos. Em tempos de festa, ter mais disso no futuro do MCU… isso sim seria um presente.