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Indicados ao Oscar de melhor filme 2023 – Avatar: O caminho da água

O cineasta James Cameron (Titanic) há alguns anos surpreendeu o mundo ao contar a história de Jake Sully (Sam Worthington), um veterano de guerra que havia ficado tetraplégico durante um combate e que recebe a oportunidade de integrar a equipe do programa Avatar e Neytiri (Zoe Saldaña) no magnífico e perigoso mundo de Pandora.
Obviamente que o grande sucesso do primeiro filme, e sua descomunal bilheteria, fizeram com que o diretor trabalhasse arduamente na produção de uma continuação à história dos Na’vi, fato que foi concretizado mais de uma década depois com “Avatar: O caminho da água”, nova aposta de James Cameron que foi indicada a quatro categorias no Óscar de 2023 (Melhor filme, efeitos visuais, direção de arte e melhor som), quantidade modesta se considerarmos as nove indicações que recebeu o filme anterior.

Imagem: Divulgação

Logo no início do longa é mostrado que Jake e Neytiri, que vivem pacificamente na tribo da floresta Omaticaya, formaram uma família bastante heterogênea e numerosa, fazendo com que a proteção e a unidade desse novo núcleo familiar se tornasse a grande prioridade da existência dos protagonistas, que outrora mostravam-se dispostos a sacrificarem suas vidas para proteger seu lar e seu estilo de vida, mas que agora possuem algo ainda mais precioso para defender.
O ressurgimento de uma antiga ameaça leva Jake e sua família a saírem de seu lar nas florestas e buscarem refúgio em outras regiões de Pandora, até que são acolhidos pelo clã Metkayina, um grupo de Na’vis adaptado à vida na água liderado por Tonowari, interpretado por Cliff Curtis e Ronal, personificada por Kate Winslet, que aqui repete com o diretor a parceria iniciada em Titanic.

Imagem: Divulgação

Os efeitos visuais (premiação certa no Óscar) continuam sendo o grande trunfo do filme mas agora com a exploração do ambiente marinho a experiência visual proporcionada ao público consegue ser ainda mais surpreendente que aquela vislumbrada no filme anterior, e até mesmo por isso o longa deve ser visto preferencialmente no cinema e em 3D, para que toda a grandiosidade e imponência dos cenários marinhos de Pandora sejam contemplados em sua essência.
Obviamente, que um bom filme não pode ser feito apenas com um orçamento generoso e grandes efeitos visuais, como ficou nitidamente comprovado pela última trilogia de Star Wars, e essa premissa parece ter balizado a produção de Avatar: O caminho da água que a todo momento parece querer mostrar ao público que o longa não é apenas um deleite visual. Nesse ponto fica claro outro grande acerto do filme que consegue avançar para além do espetáculo visual já que a trama principal, envolvendo a vingança contra Jake e Neytiri, além dos bem trabalhados conflitos familiares e dramas relacionados à autoaceitação dos filhos do casal, fazem com que a trama tenha a profundidade necessária para que as suas mais de 3 horas de exibição não sejam demasiadamente cansativas.

Imagem: Divulgação

As cenas de batalhas entre os Na’vi, montados em animais exóticos e utilizando arco e flecha contra o Povo de céu, lançando mão de alta tecnologia e armamentos pesados continuam sendo um artifício muito bem explorado por James Cameron que consegue delinear muito bem o contraponto entre o velho e o novo, o tradicional e o tecnológico.
Avatar: O caminho da água é cinema de primeira grandeza, é o tipo de filme que encanta pela simplicidade da história ao mesmo tempo em que surpreende pela completa imersão no fantástico mundo de Pandora. Prestigiar o filme Avatar é mais do que simplesmente assistir a um filme legal, trata-se de uma experiência cinematográfica completa, que equilibra ação e emoção numa narrativa simples, mas eficiente, fantástica, mas sem exageros. Um filme imperdível não apenas para cinéfilos que admiram uma boa história, mas também aqueles que apreciam todas as nuances proporcionadas pela experiência cinematográfica.

william

Direito por formação, Nerd e Otaku por inspiração, Cinéflo por concepção, Redator nas horas de solidão, Pai e marido por paixão e Cristão por convicção.