Críticas

Crítica|Nosso amigo extraordinário

Embora pareça querer ser profundo e metafórico, “Nosso amigo extraordinário” passa longe da megalomania do título e entrega uma história leve que nos pede e estimula a gentileza.

O filme de Marc Turtletaub nos apresenta a uma dupla inusutada: um alienígena que faz um pouso forçado na pequena cidade da Pensilvânia e um homem idoso solitário que busca ignorar os sinais de uma doença degenerativa. Tomado como louco por todos a quem conta sobre seu hóspede, Milton (Ben Kingsley) acaba encontrando apoio em outras duas senhoras idosas, Sandy (Harriet Sansom Harris) e Joyce (Jane Curtin), npara acolher o pequeno alienigena enquanto ele conserta sua nave e foge dos federais.

A premissa tem muito de “Et: O Extraterrestre” em seu tom e na premissa, mas buscando discutir sobre a natureza do envelhecimento e do acolhimento. Mas isso permanece apenas da superfície, sem nunca se aprofundar. Do clássico de Spielberg temos acenos, como o slogan da cidade. Não sei se ocorrerá com todos, mas pode gerar sorrisos ao perceber que a cidade se orgulha de “Ligar para casa.”

Da sutileza do drama, fica após o filme a sutileza das cenas, ainda que o alien desse filme seja absolutamente sem carisma. Ao escolher a figura do homenzinho cinza de olhos pretos, perde-se alguns recursos de expressão de outroas obras mais conhecidas.

Apesar disso, por baixo de sua narrativa boba e das brincadeiras com o espaço sideral, “Nosso amigo extraordinário” está cheio de empatia por seus personagens idosos e seu desejo de agência pessoal. A atuação de Kingsley como Milton injeta dignidade em um personagem que poderia facilmente (e cruelmente) ter sido interpretado apenas para rir, e Harris e Curtin fornecem igualmente as complexidades de seus respectivos papéis.

Isso impede que a história decaia para o melodrama barato mantendo perpetuamente o clima jovial e leve, especial para uma sessão despretensiosa.