X-men’97 abraça as tradições dos quadrinhos sem medo de errar
Com o final da temporada no Disney+, “X-men-97” se prova o maior fênomeno nerd de 2024 até agora. Não poderia ser outra coisa, já que a empolgação do público já era notória desde os primeiros teasers. Então, vieram os episódios iniciais e (nossa!), o público já interessado recebeu ainda mais do que poderia imaginar.
A recepção inicial foi muito positiva, e isso se manteve, com a expectativa crescendo a cada episódio. O renascimento da Marvel e de sua inovadora série de animação dos anos 90 se provou estrondosa. Com o professor Charles Xavier morto e Magneto assumindo a liderança dos X-Men, o destino dos mutantes estava em jogo como nunca antes. E à medida que a série avança, nossas suspeitas em relação às intenções de Magneto também diminuem, fazendo-nos torcer por ele como um substituto digno para seu falecido melhor amigo.
A frase: “Magneto está certo” ecoou por toda a rede, muitas vezes não muito compreendida e forçou a série e expectadores a uma decisão difícil na sua finale.
O episódio 5
O episódio que mostrou a invasão da terra mutante Genosha, aumentou ainda mais as apostas do roteiro. Desde a morte de Tony Stark, de Robert Downey Jr, em “Vingadores: Ultimato”, em 2019, os fãs da Marvel não sentiam o impacto da perda de um personagem como aconteceu aqui. E foram muitas perdas. Sabemos que mortes em histórias de hérois não são verdadeiras, os heróis muitas vezes contra-atacam através de viagens no tempo ou no multiverso.
A questão aqui, é ser capaz de construir um roteiro em que, por pouco tempo que seja, possamos esquecer que estamos vendo propriedades milionárias e eternas, mas sim personagens em que suas tramas possuem importância. Falamos sobre o primor desse roteiro em um podcast. Falamos como seria difícil manter o nível da história.
Antes de tudo, era preciso honrar o que foi feito, em termos de acontecimentos e de profundidade. De muitas formas, foi muito mais.
No fim, “X-Men ’97” deixou mesmo o melhor para o desfecho. O 10º episódio da 1ª temporada encerra o enredo de três partes de “Tolerance Is Extinction” com um final cheio de grandes riscos e grandes emoções, que encerra adequadamente os muitos tópicos em andamento da temporada, ao mesmo tempo que estabelece as bases para um igualmente emocionante 2ª temporada.
O futuro e o passado
Com a Marvel mal das pernas, o tempo sabático que se tornou 2024 parecia carente de boas histórias de super-heróis (vamos lembrar que a DC também está em hiato). Porém, assim como nos enredos loucos da cronologia dos X-men, aqui passado e futuro se misturam. Da mesma forma como agora, foi por causa da animação de “X-men” nos anos 90 que a franquia saiu das comic shops para a boca do povo.
Com o público debandando do cinema após a apoteose dos Vingadores, era preciso um novo gás. E aqui estão os X-men de novo. Voltam com sua galeria de vilões formidáveis, suas histórias icônicas e arrasam quarteirões. Sem deixar de se atualizar para um novo mundo.
E foi o mais perto do alvo possível. O futuro guarda um mundo novo, e esse mundo mais uma vez é dos X-Men. Chega de lutar contra o futuro.