A mãe – Fraco, previsível e descartável.
Jennifer Lopez além de ser uma das principais cantoras do cenário internacional também destaca-se como dançarina, coreógrafa, empresária, estilista e atriz. Verdadeiramente uma artista completa. Mas dentre suas inúmeras virtudes não pode se afirmar que uma delas seja a capacidade de escolher bem os filmes em que atua e a mais recente prova disso é o sofrível filme “A Mãe”, longa de ação protagonizado por J Lo que encontra-se disponível no catálogo da Netflix.
A trama gira em torno de uma assassina que precisa voltar à ativa para proteger sua filha de dois ex-agentes, e ex-amantes, que procuram vingar-se de sua ex-companheira. Na história a Mãe abre mão de sua maternidade para que sua filha tenha a oportunidade de crescer em um lar adotivo, ao lado de pessoas que a amem e que não exponham sua vida ao perigo. Mesmo tendo que acompanhar o crescimento da menina à distância a Mãe compreende que sua proximidade com a menina seria prejudicial ao seu desenvolvimento, considerando-se suas conexões com perigosas pessoas em seu passado.

A sinopse do filme é até interessante, mas o cineasta Nikki Caro parece querer conduzir seu filme em piloto automático e para isso apropria-se de todos os clichês existentes em filmes de ação para preencher as aproximadamente duas horas de seu longa. Há uma razão justa para se matar metade do elenco? Certamente. A munição no armamento da protagonista é infinita? Com certeza. O personagem principal quer se libertar do seu passado mas tem uma boa razão para voltar a fazer o que sempre fez? Opa!
Como não poderia deixar de ser, tudo no filme é uma justificativa para que a Mãe, mesmo fora da ativa há mais de uma década, volte em plena forma à sua carreira de assassina e mate qualquer pessoa que atravesse seu caminho.

As cenas de ação e perseguição do filme são muito bem executadas, diga-se de passagem, e inclusive em uma delas, há uma montagem na qual a queda do corpo de um homem ocorre de forma simultânea à derrubada do buquê de uma noiva, numa cena muito bem trabalhada. Mas esse é realmente um ponto fora da curva num filme pouquíssimo inspirado e sem nenhuma originalidade.
Outro aspecto que destaca-se involuntariamente no longa é a participação do personagem William Cruise (Omari Hardwick), um quase par romântico de J Lo no filme que é tão azarado, mas tão azarado que mesmo não sendo um vilão, é baleado (duas vezes), espancado por bandidos, leva uma facada nas costas, é atropelado e além de passar por isso tudo não consegue nem mesmo ficar com a heroína no final do filme.

A Mãe é um daqueles filmes descartáveis, que despertam o interesse do público pela boa divulgação e por ter uma estrela no elenco, mas que oferecem um entretenimento totalmente desprovido de criatividade. É claro que a falta de méritos do filme não macula a invejável carreira de Jennifer Lopez que pode tranquilamente dar-se ao luxo de estrelar esse tipo de filme sem-vergonha sem que isso cause maiores prejuízos à sua imagem ou à sua conta bancária.