Canal Brasil exibe Cinejornal especial em homenagem a Eduardo Coutinho
Simone Zuccolotto conversa com o produtor João Moreira Salles, a montadora Jordana Berg e o fotógrafo Jacques Cheuiche
João Moreira Salles, Jordana Berg, Simone Zuccolotto e Jacques Cheuiche. Foto: Ana Paula Amorim
O Canal Brasil vai exibir um Cinejornal especial em homenagem a Eduardo Coutinho, cineasta que completaria 90 anos no dia 11 de maio. No programa, a apresentadora Simone Zuccolotto recebeu convidados que trabalharam com ele durante quase toda a sua carreira: o documentarista João Moreira Salles (“No Intenso Agora”, “Santiago”), a montadora Jordana Berg e o fotógrafo Jacques Cheuiche. O Cinejornal vai ao ar na quarta, dia 10, às 13h30.
No programa, os convidados relembram como era o trabalho com o cineasta e revelam detalhes dos bastidores de seus filmes. “As conversas funcionavam muito bem porque ele escutava. Escutava coisas que para ele eram fundamentais. O Coutinho inventou uma nova maneira de se fazer cinema não ficcional. No sistema e no cinema que ele inventou, ele não queria estabelecer uma fronteira do que é autêntico e o que é ‘fingido’. Essa fronteira inexiste”, afirma o diretor João Moreira Salles, que finalizou o último documentário de Coutinho, “Últimas Conversas” (2015), ao lado da montadora Jordana Berg.
“Aprendi muito com ele, ele era muito rápido e tinha uma escuta expandida. No set, quando acabava a cena, ele perguntava pra equipe se alguém tinha alguma coisa pra perguntar ou pra falar e isso se expandia para a ilha de edição, passei umas 3.500 horas com ele na ilha”, conta Jordana Berg, que também assina a montagem de filmes do cineasta, como “As canções” (2011), “Moscou” (2008), “Jogo de Cena” (2007), entre outros, nos quais Jacques Cheuiche foi responsável pela direção de fotografia. “O set era um lugar de prazer pro Coutinho. Ele tinha paciência para ouvir e passava confiança pras pessoas”, compartilha Cheuiche.
“Cabra Marcado Para Morrer” (1984), um dos principais filmes do cineasta, foi premiado no Festival de Berlim. Foto: Divulgação
Eduardo Coutinho foi um dos maiores documentaristas do cinema brasileiro, responsável por obras como “Babilônia 2000” (1999), “Edifício Master” (2002) e “Peões” (2002). O cineasta colecionou prêmios nacionais e internacionais, como o Kikito de Cristal por toda sua obra, no Festival de Gramado; e o prêmio da crítica internacional no Festival de Berlim, por “Cabra Marcado Para Morrer” (1984). Coutinho ainda fazia parte da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pela premiação do Oscar. Uma das características marcantes de sua filmografia era a escolha por contar histórias de pessoas comuns.
*via Canal Brasil