Crítica- A Felicidade das Pequenas Coisas
A felicidade das pequenas coisas é uma mensagem potente com a pureza necessária de um país até então desconhecido na arte de fazer cinema e que merece um olhar mais atento para essa preciosidade de filme.
A importância de um professor na vida das crianças e de uma comunidade pode modificar um futuro até mesmo em uma das escola mais distante do mundo.
Filme candidato do Butão ( pais asiático), está na pré-lista de indicados ao Oscar de Melhor filme Internacional de 2022.
A Felicidade das Pequenas Coisas
O Nerd Tatuado foi convidado para a cabine de imprensa deste belíssimo e elogiado filme do diretor e roteirista Pawo Choyning Dorji que estreia no dia 27 de janeiro pela Pandora Filmes
Lunana é uma região no distrito de Gasa, no noroeste do Butão, e serve de cenário para contar um encanto história nas montanhas do Himalaia a uma altitude de 4800 metros do nível do mar em um dos locais mais afastados do mundo, só para se chegar lá levam-se 6 dias de caminhada da cidade mais próxima uma aldeia com uma população pequena de apenas 56 pessoas e uma pequena escola para as crianças.
Um estranho em Lunana
Ugyen Dorji (Sherhab Dorji) é um jovem professor imaturo e infeliz na profissão e que pretende se mudar para a Austrália para se tornar um cantor famoso. Em seu úlitmo ano de contrato ele é mandado para Lunana e cuidar de uma escola infantil.
Apesar de bem orgulhoso e muitas vezes ingrato onde dá muito valor as coisas materiais Ugyen vai sutilmente percebendo a importância de um significado na vida dos pequenos e que mesmo no lugar mais inóspito e que sim pode-se encontrar a felicidade.
Ao longo da narrativa vemos um grande desenvolvimento do personagem e essa evolução se dá em muito pelas pessoas de Lunana. Onde vamos conhecendo os personagens e suas histórias como Michen que é o camponês que ajuda Ugyen a chegar a Lunana e que mostra a escola e os costumes do local.
“As terras puras não poluídas onde tem neve o ano todo são na verdade os reflexos de nossos corações” – Saldon
Asha que é considerado o chefe da aldeia e dele que Ugyen vai aprender grandes lições. Saldon é uma jovem camponesa que tem uma linda voz e que ensina a ele a canção “Yak lebi lhardar” musica que conta a história de um pastor e seu rebanho de yaks/iaque doméstico que é o animal típico da região que da o sustento para as famílias que vivem lá.
A relação com a natureza e com os animais é uma parte muito importante e essencial seja no filme como na vida real
As crianças são um encanto, principalmente a pequena capitã Pema Zam que influencia demais na mudança de Ugyen. As crianças tem seus próprios sonhos e uma delas diz que quer ser professor quando crescer, pois um professor toca o futuro. O respeito e carinho que eles tem pelo professor é tão lindo de se ver e que infelizmente em muitos locais continua sendo uma profissão tão desvalorizada
As paisagens são lindas e as montanha são deslumbrantes e lembram um pouco dos cenários dos filmes como O senhor dos Anéis e Shang-chi
O local não provém de muitas coisas e faltam muitos recursos tais como muitos itens essenciais como a lousa e os papéis para as crianças estudarem ou mesmo escova de dentes e sapatos
Veja o trailer
O país mais feliz do mundo na felicidade das pequenas coisas
O governo do Butão criou em 2008, um índice chamado FIB (Felicidade Interna Bruta), em alusão ao conhecido PIB (Produto Interno Bruto), e, por conta das ações que são implementadas para o incremento desse índice, que inclui o oferecimento de educação até nas mais longínquas localidades, como em Lunana, um povoado real com apenas 56 habitantes, o país é considerado o mais feliz do mundo.
O filme se assemelha em alguns aspectos a um outro filme que está na lista de favoritos de quem escreve que é o filme Capitão Abu Raed de um outro pais não tradicional do cinema que é a Jordânia
Sensibilidade, respeito ao próximo, a natureza e aos animais, fazem deste belíssimo filme ser um forte candidato ao Oscar de Melhor Filme Internacional de 2022 e a título de curiosidade é somente a segunda vez na história que o país (Butão) indica um filme para o prêmio máximo do cinema.
Ficha Técnica
Direção: Pawo Choyning Dorji
Roteiro: Pawo Choyning Dorji
Produção: Pawo Choyning Dorji, Jia Honglin, Stephanie Lai, Steven Xiang
Elenco: Sherab Dorji, Kelden Lhamo Gurung, Ugyen Norbu Lhendup,Pem Zam, Kunzang Wangdi, Sonam Tashi, Tsheri Zom, Tshering Dorji, Tashi Dema, Dophu, Dorji Om
Direção de Fotografia: Jigme Tenzing
Desenho de Produção: Tshering Dorji
Montagem: Ku Hsiao-Yun
Gênero: drama, comédia
País: Butão, China
Ano: 2019
Duração: 110 min.