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CRÍTICA | BLACK MIRROR – 4ª TEMPORADA

Black Mirror é uma das séries originais Netflix de maior sucesso e a sua quarta temporada vinha sendo muito aguardada! Confira nossas impressões de cada episódio, sem spoilers:
USS Callister
USS Callister

O plot é bem interessante, pois apresenta o ambiente futurista comum à Black Mirror com um toque de saudosismo ao passado. A ideia de usar biotecnologia em games, criando inteligências artificiais clonadas e dotadas de consciência e vontade próprias é bem o estilo da série. Apesar de levar a uma solução aceitável, o episódio tem muito conteúdo e acaba ficando corrido demais. O lado bom é que o piloto fez tanto sucesso que pode virar uma série independente, mas fugiu um pouco à temática central da série e o final foi bem previsível.

Arkangel
Arkangel

Um dos episódios que mais chama atenção e que melhor se encaixa no espírito Black Mirror, Arkangel traz a tecnologia como forma de monitoramento para crianças, que acaba se tornando invasiva e privativa, causando consequências drásticas. Apesar de ter também um final esperado, esse episódio volta com a sensação “vejam o que a tecnologia pode nos causar”, a consequência do seu uso é bem impressa e a sensação de dependência dessa tecnologia é muito bem representada.

Crocodilo
Crocodilo

De longe, o pior episódio da temporada. História corrida demais e roteiro levando a protagonista a cometer crimes que não fazem sentido em comparação as suas ações no início do episódio. O roteiro força demais a personagem a resolver os problemas de forma criminosa, para encobrir os rastros de um homicídio acidental, que ser revelado através da leitura de suas memórias por uma espécie de scanner mental. Além disso, apresenta personagens fracos e sem reação, com um final que beira o clichê.

Hang the DJ
Hang the DJ

Um episódio com final feliz, mas que mostra perfeitamente o uso da tecnologia e nos faz pensar em como o nosso mundo atual está cada vez mais Black Mirror. A história mostra um sistema capaz de determinar o seu par perfeito e definir a pessoa com quem você viverá o resto da sua vida, tecnologia decidindo o futuro amoroso e familiar das pessoas. Apesar de um dos protagonistas sugerir o plot twist do episódio (ou, melhor dizendo, praticamente dar spoiler do final), esse exemplifica bem a angústia de quem se vê a mercê da tecnologia, sem poder de decisão.

Metalhead
Metalhead

O quinto episódio é uma bagunça. A história é corrida e mal explicada, as ideias ficam apenas subentendidas. Dá a entender que o cenário é de um mundo pós-apocalíptico, onde as máquinas tomaram o poder e estão caçando humanos. Nesse enredo, uma equipe sai a procura de algo para ajudar alguém que está doente (isso mesmo, tudo meio suspenso no ar). Parece uma busca pela cura ou por algo imprescindível, o que torna o final ainda mais decepcionante. Os pontos positivos são o suspense do episódio e a filmagem em estilo noir, que contribui muito para a sensação sufocante e de perseguição, mas poderia ter sido melhor elaborada para não deixar tantas coisas à deduzir.

Black Museum
Black Museum

Fechando a temporada com chave de ouro e deixando a sensação de “valeu a pena ir até o fim”, Black Museum faz referências sutis (às vezes, nem tanto) aos demais episódios da temporada e apresenta, finalmente, um enredo com plot twist: além de mostrar psicoses, sadismos e ganância, o episódio apresenta histórias dentro do roteiro principal, esse que parece despretensioso e surpreende no final! Aqui temos um roteiro construído de forma complexa e cuidadosa, sem pontas soltas e é o episódio que tem o maior poder de prender a atenção.

Visão geral

De forma geral, podemos dizer que a quarta temporada não faz jus ao contexto proposto de Black Mirror. O terror, o suspense e as consequências de um mundo tecnológico em um futuro próximo não são tão impactantes quanto as primeiras temporadas, que nos deixavam refletindo sobre aquilo por horas, até dias a fio. O expectador não está sendo desafiado dessa vez, em geral, tudo é meio previsível.

Mas não podemos dizer que não tem nada de BM aqui! Talvez apenas a temporada não tenha sido pensada com tanto carinho como as anteriores…

A 4ª temporada de Black Mirror estreou em 29 de dezembro de 2017 e está disponível na plataforma da Netflix.

Susy Ferreira

Formada em Turismo e pós-graduada em Administração Financeira, consumidora compulsiva de qualquer material Sci-Fi, colecionadora de bons livros, cinéfila, tatuada, gamer por diversão, crítica amadora e metamorfose ambulante. Super poder: maratonar temporadas inteiras de séries em um único dia. Ponto fraco: música ruim é kriptonita.