CRÍTICA | Dragon Ball Super: Super Hero (2022)
Quando “Dragon Ball Super” foi anunciado anos atrás, foi tratado como um retorno triunfal. Passados os anos, toda essa empolgação deu uma caída. Apesar de fãs fiéis seguirem acompanhando a série e apesar do imenso sucesso financeiro que a marca possui, a crítica nunca engoliu a nova fase.
Dessa maneira, quando o filme “Dragon Ball Super: Brolly” se mostrou um acerto técnico sem precedentes no mundo dos animes mainstreain, altas expectativas surgiram no horizonte. Afinal, se a série de animação não engrenava entre o público mais exigente, talvez ao menos ela funcionasse como um catalizador para produções mais bem acabadas.
Isso até que o trailer de “Dragon Ball Super: Super Hero” fosse lançado. Rapaz, como isso aqui deu um nó na cabeça de muita gente.
Animação 3D, por que animação 3D?
A resposta, na verdade é bem simples. Os estúdios de animação no Japão evidentemente tem recursos finitos. Animações como a da incursão de Brolly no cânone são caras e demoradas. O primor da animação custa tempo e muito dinheiro. Quem acompanha o mundo dos animes sabe, por exemplo, como “One Piece” vem tomando muito tempo tempo e dinheiro da Toei Animation recentemente.
Por isso, antes de tudo, a decisão pelo 3d tem a ver com recursos. Ao ver o trailer, muitos fãs enlouqueceram. A crítica ficou com um pé atrás. E isso é justificável até certo ponto.
No entanto, a fronteira que deve ser cruzada nessa análise acontece na estreia do filme. E é com alegria que posso dizer que a trama não apenas funciona em 3D, como a incorpora em recursos e no tom.
Em “Dragon Ball Super: Super Hero”, Goku e Vegeta continuam seu treinamento sob Whis, agora acompanhado por Broly para ajudá-lo a controlar sua raiva. Enquanto isso, Uma organização do mal busca vingança com androids novos e melhores, Gamma 1 e Gamma 2. Agora, sem seus representantes mais poderosos, caberá aos outros guerreiros Z enfrentar a ameaça.
Quem chegar, puxe uma cadeira
O filme tem muito de um ar introdutório ao universo. A produção é consciente que os últimos anos foram bons para apresentar a animação e o mangá para uma nova geração e tenta fisgar mais a eles do que aos fãs mais velhos.
O retorno de vilões do Dragon Ball clássico e de elementos da saga de Cell estão ali pela continuidade, mas não espere uma grande exploração dos temas.
Aqui a série está interessada num clima de aventura insana, comédia bem medida e cenas de ação alucinantes. Todo o resto é jogado para o tapete se for necessário- incluindo o roteiro.
Ainda assim, no fim da sessão, o que fica é um afago que Akira Toryama faz em si mesmo e em quem conhece o carinho que ele tem por Piccolo e Gohan. Ah, e fica um sorriso singelo no rosto. Já valeu a pena só por isso.