CRÍTICA | O Touro Ferdinando
Com os ingredientes certos, o diretor Carlos Saldanha nos dá uma linda lição de tolerância, amizade e principalmente liberdade em O Touro Ferdinando.
No livro de mesmo nome, lançado em 1936, Ferdinando já preferia o aroma das flores ao invés de uma briga. O filme trás toda a essência do personagem, lembrando também a adaptação em desenho animado feita pela Disney, que de tão diferente para sua época foi proibido na Espanha e na Alemanha de Hitler. O touro Ferdinando, por mais contraditório que possa parecer, nasceu comprando briga ao mostrar pro mundo que é possível escolher seu caminho e o que fazer com sua vida.
Ferdinando retorna em 2018 renovado, mas apenas em seu visual, o pacifismo e as flores continuam sendo sua marca registrada. O filme tem trama simples, mas não se engane, é isso que o torna perfeito. Ferdinando divide a cena com uma turma muito interessante: Valente, Magrão, Guapo e Lupe. Ele nasceu em uma fazenda de criação de touros para tourada, ainda no início da história consegue escapar e encontra uma fazenda onde pode viver a vida do seu jeito, além de conhecer sua amiga Nina. Já crescido, é obrigado a retornar para o lugar onde nasceu e viver na tensão de ser enviado para uma tourada.
Carlos Saldanha é perfeito ao usar os momentos de humor com um time incrível, em contrapartida consegue nos emocionar com lições extraordinárias.
A coesão durante o filme, seus momentos e atos bem divididos, humor dosado, sem forçar a barra e emoções muito bem transmitidas são os pontos que fazem de O Touro Ferdinando um filme que passa uma mensagem muito clara nas entrelinhas, mas sem deixar de divertir e educar as crianças.
Direção: Carlos Saldanha
Elenco: Kate McKinnon, John Cena, David Tennant, Gina Rodriguez.
Trailer: