Crítica- Pequena Mamãe
Pequena Mamãe ( Petite Maman) nos leva ao mundo da infância de uma forma muito delicada e bela, visto pelo olhar de duas meninas pequenas que se conectam de uma forma nada convencional mas que emociona ao proporcionar um encontro de gerações graças ao talento único de Céline Sciamma ( Retrato de uma Jovem em Chamas).
O longa francês concorre aos prêmios de Melhor Filme de Língua Não Inglesa no BAFTA e Melhor Filme Internacional no Spirit Awards e foi indicado a mais de 30 prêmios
Pequena Mamãe
Aqueles momentos que nossos pais contam as histórias de infâncias deles acredito que muitos devem se perguntar como era a infância deles e como gostaríamos de compartilhar as mesmas vivências, pensando nisso Céline Sciamma nos leva ao mundo de Pequena Mamãe a conhecer Nelly (Joséphine Sanz), de 8 anos e seus pais principalmente de sua mãe que está passando pelo processo de luto devido ao falecimento da amada avó.
Eles então vão morar por um tempo na casa da avó e onde sua mãe Marion cresceu. para poder arrumar as coisas
Uma nova descoberta
Nelly explora o local e o bosque onde a mãe costumava brincar e construiu uma casa na árvore sobre a qual ela ouviu muitas histórias. Um dia, Marion some de repente e, caminhando pelo bosque, Nelly conhece uma garota da sua idade construindo uma casa na árvore. Surpreendentemente, o nome da criança é Marion ( Gabrielle Sanz)
As duas atrizes que interpretam Nelly e Marion são muito parecidas no caso na vida real elas são irmãs o que diferencia elas são principalmente a tonalidade das cores das roupas. Amei a fotografia do filme muito linda e o caminho que separa as duas parece até uma entrada para o jardim secreto. A paleta de cores também é um show a parte.
No decorrer da história Nelly percebe que Marion não é somente sua nova amiga ela é mais do que isso ela é sua mãe ainda criança
Céline Sciamma uma talentosa diretora e roteirista francesa
Todo o elenco tem uma bela sintonia principalmente as duas meninas. Céline Sciamma tem o dom de escrever belos roteiros por mais simples que as histórias pareçam ser.
O roteiro é bem escrito e desenvolvido com uma direção precisa e tudo de uma forma se encaixa mesmo em meio a complexidade de viagem no tempo que possa parecer pois é visto pelo olhar das crianças.
Céline já ganhou inúmeros prêmios por seus filmes sendo o Retrato de uma jovem em chamas o seu maior sucesso até então.
De acordo com ela a ideia de PEQUENA MAMÃE surgiu enquanto ela escrevia “Retrato de uma Jovem em Chamas”, consagrado com inúmeros prêmios, incluindo o de Melhor Roteiro em Cannes 2019.
“A simplicidade e obviedade dessa história me assombravam. No final do confinamento francês, quando reabri o arquivo para considerar retomar a escrita e redescobri a primeira cena do roteiro – a despedida dos residentes em um asilo – senti que o filme permanecia relevante e talvez mais urgente do que nunca porque era sobre crianças”.
Sciamma complementa: “As crianças passaram por uma impressionante enxurrada de crises e dificuldades coletivas nos últimos anos. Embora os políticos nunca tenham se dirigido a elas oficialmente, as crianças ouviram com cuidado o barulho do mundo. Sinto que é vital incluí-las, oferecer-lhes histórias, olhar e colaborar com elas”.
Veja o trailer
Apesar de ter poucos cenários que são centrados mais na casa e no bosque em volta dele é muito interessante ver a direção de arte e montagem que separam eles por diferentes gerações. O filme Pequena Mamãe já está nos cinemas distribuído pela Diamond Films e merece ser visto pois é um filme delicado lindo e com a leveza certa em tempos tão sombrios a qual estamos vivendo.