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Crítica | Perdidos no Espaço

A nova série original Netflix Perdidos no Espaço tem todos os conflitos na sua trama que se espera de um sci-fi!

 

Will Robinson: “O impossível acontece o tempo todo. Você só precisa acreditar!”

Perdidos no Espaço não é só mais uma série de ficção científica. A ideia da obra é mostrar o quanto uma forma de vida alienígena pode ser humana, ao passo que o próprio ser humano pode se mostrar completamente indiferente.

O núcleo central da história é a família Robinson, que busca se unir e resolver suas diferenças enquanto lutam para sobreviver no espaço. O plot inicial aparenta ser clichê: Terra inabitável, alguns são aprovados como “colonizadores” de um novo lar, após passarem por uma série de testes. Até aí tudo bem, uma estação espacial deveria levá-los sãos e salvos até Alpha Centauri, a nova Terra. Mas, o inesperado acontece…

Os Robinson: onde os fortes tem que lidar com seus medos secretos e os fracos buscam forças que julgavam não ter

A estação espacial Resolute começa a soar o alarme de evacuação e, em meio ao caos, onde ninguém sabe como ou o que está acontecendo, a família Robinson e demais colonizadores embarcam em suas Júpiteres e partem em busca de estabilidade.

Considerações

A série passa muitas mensagens importantes sobre confiança, trabalho em equipe, coragem, foco, fé. Existe o ambiente micro, no núcleo Robinson, onde cada personagem tem seus próprios conflitos internos e formas de reagir a uma família que luta para não se desfazer; e existe o ambiente macro…

É aí que conhecemos uma antagonista fantástica, daquelas que dá asco e ódio. Parker Posey dá um show de interpretação e rouba a cena para si, apresentando uma mulher capaz de qualquer coisa para sobreviver e levar uma nova vida com o passado zerado. Através da personagem Jena Harris, Perdidos no Espaço levanta uma questão de moralidade e egocentrismo: do que certas pessoas são capazes para atingirem um objetivo.

Parker Posey como Jena Harris/Dra Smith: a antagonista que você respeita (e odeia)!

A série traz também discursos altruístas, inclusive sobre o comportamento alienígena, o qual desconhecemos na vida real (ao menos, a maioria de nós), então algumas coisas ficam um pouco difíceis de engolir, talvez por terem evoluído rápido demais em apenas 10 episódios.

Referências e expectativas

Sim, é verdade, a série em alguns pontos perde originalidade. Ver a relação entre Will Robinson e “O Robô” e não lembrar de E.T. seria praticamente impossível. Além disso, o querido Don não passaria batido aos olhos de um Star Wars fan: contrabandista, faz tudo por dinheiro, charmoso e sedutor, mas no fundo tem um bom coração que fala mais alto. Temos um Han Solo aqui ou não?! (Aqui entre nós, as cores e formas das Júpiteres lembram demais um certo droidezinho redondinho e fofo que conhecemos em O Despertar da Força…)

Don West, o Han Solo de Perdidos no Espaço

Possivelmente, os criadores e produtores pretendem explorar algo muito maior, o que fica bem claro ao final do episódio 10 “Perigo, Will Robinson! Só que eu não vou te contar porque não dou spoiler nem sob tortura!

Perdidos no Espaço soube trabalhar suspense e plot twist sem cansar o telespectador e nos deixou com gostinho de ‘quero mais’, apesar de ter deixado de explorar melhor certas características e de ter deixado muitas perguntas sem resposta.

Espero que você também goste da série e comece a esperar a continuação dela com a gente!

Ainda não ouviu falar na mais nova série sci-fi da Netflix? Confira abaixo o trailer de Perdidos no Espaço!

Susy Ferreira

Formada em Turismo e pós-graduada em Administração Financeira, consumidora compulsiva de qualquer material Sci-Fi, colecionadora de bons livros, cinéfila, tatuada, gamer por diversão, crítica amadora e metamorfose ambulante. Super poder: maratonar temporadas inteiras de séries em um único dia. Ponto fraco: música ruim é kriptonita.