Crítica | Predador: Assassino de Assassinos (2025)
Em Predador: Assassino de Assassinos, a icônica franquia dos caçadores alienígenas encontra seu respiro mais criativo e ousado em décadas. A animação antológica — primeira da série a não ser live-action e, ainda assim, oficialmente canônica — mostra que, mesmo depois de quase 40 anos, o universo do Predador ainda tem muito a oferecer.
Dirigido por Dan Trachtenberg, que revitalizou a franquia com Prey (2022), o novo longa se destaca por mergulhar em diferentes épocas da história humana, colocando os caçadores em confronto com guerreiros como samurais, ninjas, vikings e até um piloto da Segunda Guerra Mundial. Uma abordagem corajosa e bem-vinda, que se apoia no formato de antologia para explorar ao máximo a essência do Predador: um duelo até a morte entre caçador e presa.
Um formato que renova a franquia
A maior surpresa talvez não seja o conteúdo em si, mas a forma. “Assassino de Assassinos” é a primeira animação da franquia a ser incluída no cânone oficial. E mais: é também a primeira obra com estrutura antológica. Cada segmento traz um novo cenário, um novo estilo de combate e uma nova tensão, isso sem jamais perder a coesão temática.
O título original, “Killer of Killers“, já entrega a premissa: cada vítima é também, de certa forma, um predador por natureza. O filme entrega esse conceito com clareza e precisão (Destaque para os episódios envolvendo o samurai e o ninja) e a cada segmento a ação corpo a corpo encontra coreografias violentas e criativas que rivalizam facilmente com qualquer live-action da franquia.
Animação que entrega, apesar das limitações
Produzido pelo estúdio The Third Floor, o visual pode estranhar no início. Ainda que com um design que lembre obras primas como “Arcane” e “Aranhaverso“, é possível perceber que a questão aqui é mais orçamento do que estilo. Embora a taxa de quadros oscilante e alguns movimentos travados denunciem o problema, há méritos. Acima de tudo o design dos personagens, a criatividade das lutas e a brutalidade gráfica compensam essas limitações técnicas.
E a animação serve à narrativa com eficácia. Quando os protagonistas chegam ao planeta natal dos Predadores para o clímax, tudo parece fazer sentido. A arena final, com três guerreiros humanos lutando pela sobrevivência diante de uma plateia alienígena, dá ao filme um encerramento épico e satisfatório — ainda que pudesse ter abraçado um pouco mais o humor ou a ousadia narrativa.
Legado e continuidade
Com a maior aprovação da franquia no Rotten Tomatoes, “Assassino de Assassinos” não apenas amplia o universo dos Predadores, como também aponta caminhos promissores para o futuro. O retorno de personagens clássicos em uma cena pós-créditos levanta hipóteses e empolga os fãs de longa data. Mas acima de tudo, mostra que mais do que nostalgia, ainda existe terreno fértil para boas histórias dentro desse universo. É mais uma prova que Trachtenberg entende que a chave para manter viva a franquia está na simplicidade do conceito e na ousadia da execução. Se é em algo assim que ele e Fede Alvarez pensam quando falam de um novo AVP… Bem, estou interessado.
Se você também acha que o Predador funciona melhor quando voltamos às origens, mas sem perder a chance de experimentar novos caminhos, continue conosco. Leia outras críticas aqui no Nerd Tatuado e descubra como outras franquias clássicas estão tentando se reinventar.