Duke Nukem: A história de um mito da indústria
Quem joga videogames desde o começo dos anos 90, pode ter conhecido um dos jogos de aventura para computador chamado Duke Nukem, um joguinho simples de tiro que não parecia ser muito promissor. Ledo engano. Nessa época, ninguém fazia idéia de que esse nome se tornaria uma lenda da indústria de games, literalmente. Uma lenda que se transforma em realidade.
Duke Nukem, um dos maiores “badasses” dos games (Foto: Divulgação)
Tem muitas pessoas que não conhecem a fundo a história de Duke Nukem, e por causa disso, não tem noção do hype que esse jogo causou no decorrer dos anos, e ainda por cima, não fazem idéia do sucesso que foi Duke Nukem 3D, por exemplo. Muitos jovens de hoje apenas viram a chegada de Duke Nukem Forever, e não dão muita importância para essa notícia. Claro que gosto é algo que não se pode discutir, mas a história de um dos heróis mais canastrões do videogame é algo que vale a pena conhecer.
O início de uma lenda
O primeiro jogo da série foi lançado no ano de 1991 para computadores e foi desenvolvido pelaApogee Software. O jogo se passava num “futuro”, o ano de 1997 e existia um vilão chamado Dr. Proton que procurava dominar o mundo através de seu exértico de robôs que se chamavam Techbots. Nisso, um agente da CIA, Duke Nukem, é chamado para a missão de derrotar Dr. Proton e em sua aventura, ele percorre vários lugares diferentes, entre as ruas de Nova York e também uma base na Lua.
Desnecessário dizer que um jogo de computador naquela época era muito simples, mas isso não tirou a diversão do jogo, que era um “side scroll” com muitos monstros e itens para coletar. Esse é o início modesto da carreira do nosso herói.
Duke Nukem (Foto: Reprodução)
O retorno
O primeiro jogo vendeu bem, e por causa disso, outro jogo foi lançado no ano de 1993. Duke Nukem II volta com uma animação no começo do jogo, onde o herói diz a seguinte frase “I’m Back” (não, não é a voz de Jon St. John que todos conhecem). Durante o segundo jogo, Duke precisava derrotar monstros ainda mais estranhos e mais uma vez salvando o mundo.
Nesse segundo título, o herói começa a mostrar poucos traços de modéstia (uma característica forte de Duke), e a trama se inicia enquanto Duke estava dando uma entrevista sobre o seu livro, que se chama “Why i’m so great” e de repente é sequestrado por alienígenas que desejam drenar o seu cérebro, para assim bolarem um bom plano para dominar o mundo. Os gráficos de Duke Nukem II foram melhorados em relação a seu antecessor, e o arsenal de armas do herói aumentou bastante também.
Nova era: o 3D
Um ano depois da ID Software surpreender ao mundo com seu jogo Doom para computadores, a 3D Realms, uma divisão criada para os jogos 3D da Apogee Software cria um jogo para competir com o shooter do momento. Duke Nukem 3D entra em cena, sendo o primeiro da série onde se podia jogar em primeira pessoa, algo novo na época. Ainda era possível jogar com uma visão em terceira pessoa, que não era muito legal. Em outras plataformas além do PC, o jogo se chamou Duke Nukem 64 (Nintendo 64) e Duke Nukem: Total Meltdown (PS 1).
Mas isso não foi o que marcou Duke 3D. A visão em primeira pessoa era bacana, mas tinha algo realmente novo, e que nem mesmo seu rival Doom possuia: Uma linguagem altamente machista e polêmica, cheia de palavrões e diversas insinuações pornográficas. Esse jogo marca o herói como sendo um dos maiores canastrões da indústria, imagem que carrega com orgulho até hoje.
Duke Nukem 3D (Foto: Divulgação)
Duke Nukem 3D foi o primeiro jogo onde escutávamos alguém dizer Filho da P*** sem nenhum tipo de censura, e isso foi algo que marcou bastante os gamers em todo o mundo. Seu humor ácido ao matar os inimigos também era algo inédito na época, pois até então, jogos como Doom não possuíam dublagem, apenas um protagonista silencioso. Mais a seguir faremos um especial com as melhores frases de Duke, então vamos avançar no tempo.
Duke Nukem Forever – A lenda da indústria
Graças ao sucesso de Duke Nukem 3D no mercado, a 3D Realms anunciou, exatamente no dia 28 de abril de 1997, a sequência do jogo, que se chamaria Duke Nukem Forever. Essa foi a primeira vez (de muitas que viriam) que esse jogo foi anunciado. Tudo normal até então. No ano seguinte, em 1998, Na E3 que aconteceu em Atlanta, a 3D Realms anunciou novamente o jogo e também um trailer, que na época estava sendo desenvolvido com a engine gráfica deQuake 2, surpreendendo a todos a época. Mas ai se passou mais um ano e o jogo não tinha sido lançado.
Mas outro jogo havia sido lançado no mesmo ano (1998), dessa vez um spin-off chamadoDuke Nukem: Time to Kill. Esse foi o primeiro de vários títulos que seriam lançados enquanto Forever não chegava. Time to Kill foi um jogo exclusivo para PS1, e mostra Duke em um vídeo andando de motocicleta, a caminho de uma boate. No local ele é atacado por porcos mutantes e decide reagir. Para isso, Duke faz uma viagem ao tempo em busca de provas que pudessem derrotar os mutantes, e seus planos para mudar a história da humanidade a favor deles.
Mais spin-offs para tapar buracos
Enquanto Duke Nukem Forever não saia, precisavam fazer algo para os fãs não se incomodarem com o “pequeno” atraso do jogo, já alegado pelos produtores da 3D Realms, especificamente George Broussard, o chefe da produção e criador de Duke Nukem. Enfim, foi anunciado em 1999 mais um jogo da série, Duke Nukem: Zero Hour, que era exclusivo paraNintendo 64. Nesse jogo, Duke trabalhava a serviço do governo e também lutava contra ameaças alienígenas em Nova York.
Mas os planos de Duke mudam um pouco quando ele descobre que os alienígenas pretendem voltar no tempo e mudar a história da humanidade para que eles tenham vantagem e mais facilidade em dominá-la. Assim, Duke viaja em várias eras da história para enfrentar os monstros. No fim das contas, ele é muito parecido com Time to Kill, literalmente.
Duke Nukem: Zero Hour (Foto: Reprodução)
Mas e o Forever?
Enquanto isso, o ano de 1999 se passa e a 3D Realms faz um anúncio ao público, justificando mais uma vez o seu atraso no lançamento do jogo: O motivo foi a mudança da engine gráfica do jogo, que não era mais baseada na de Quake 2, por ter se tornado obsoleta em muito pouco tempo, o que fez com que os produtores refizessem o jogo da estaca zero. Mas esse processo seria resolvido até o ano 2000. Adivinhem se a promessa foi cumprida.
Sem Forever, mas com Mulheres!
Chega o ano 2000, e nada de Forever no mercado. Mas tem jogo novo de Duke Nukemmesmo assim. Dessa vez trata-se de Land of the Babes, um jogo que foi sequência direta deTime To Kill. Quando Duke derrota os alienígenas no passado (em Time to Kill) e retorna ao seu tempo, ele descobre que as mulheres de todo o mundo foram escravizadas e os homens foram destruídos do planeta.
Duke encontra a líder de uma resistência feminina que pede para que ele seja o herói das mulheres na Terra. Também cabe ao herói, ao fim de sua jornada, que seja o responsável pela reprodução dos seres humanos no planeta.
Curiosidade: O jogo se chamaria Planet of the Babes, mas no mesmo ano seria lançado o novo filme Planeta dos Macacos, e para evitar comparações com o filme, o título foi alterado.
Duke Nukem: Land of the Babies (Foto: Divulgação)
Mais um ano, mais uma desculpa
Começa o ano de 2001, e o público já estava começando a levar o lançamento de Duke Nukem Forever na brincadeira, algo que também se estenderia ao longo da (literalmente) década de sua produção. Mas a 3D Realms dá uma notícia animadora: O jogo está praticamente finalizado.
Foi lançado um vídeo com cenas de gameplay do jogo, o que trouxe novamente a esperança a toda a comunidade de fãs. Um novo trailer significa que o jogo está perto de ser lançado, certo? Não.
E o tempo corre, mais spin-offs
A quantidade de spin-offs de Duke Nukem lançados realmente foi algo que impressionou ao longo dos anos. O tempo que demoraram produzindo todos esses jogos, daria tempo de lançarem Forever com sobra. Mas voltando ao assunto, no ano de 2002 foi lançado outro jogo,Duke Nukem: Manhattan Project. Esse jogo era exclusivo para PC, e depois de não muito tempo foi lançado na Xbox Live.
A trama era a seguinte: Um cientista louco chamado Mech Morphix usa uma espécie de geléia radioativa para dominar o mundo (algo parecido com o primeiro Duke de 1991). A aventura se passa em Manhattan e Duke luta contra vários tipos de monstros mutantes como jacarés, baratas gigantes e os porcos alienígenas, monstro tradicional da série. O jogo era um side scrolling em 3D, que tinha uma boa jogabilidade.
Duke Nukem: Manhattan Project (Foto: Divulgação)
A má (ou péssima) notícia
Mas o ano de 2002 chega ao fim, e nada de Duke Nukem Forever. Pior que isso, a 3D Realms informou que contratou novos programadores, mudando toda a equipe de desenvolvimento do jogo e que ele foi refeito do zero, mais uma vez. O previsão dessa vez, era que o jogo fosse lançado até o final de 2004, mas ninguém mais acreditava que o jogo seria lançado. Esse foi um dos últimos anúncios oficiais do jogo.
Termina o ano de 2004 e nada do Forever. Para resolver essa situação, a 3D Realms dá uma nova frase que definiria o prazo de lançamento do jogo: When it’s done (Quando estiver pronto). E nada mais foi falado sobre Duke Nukem Forever. Os anos correram.
Mesmo com imagens melhoradas do jogo, não havia previsão de lançamento dessa vez (Foto: Divulgação)
E dá-lhe spin-off!
Durante o ano de 2010, muita coisa havia acontecido. Entre elas o fechamento da 3D Realms, o que fez com que os fãs realmente desistissem de esperar pelo lançamento de Duke Forever. Mas depois de uma briga feia na justiça, a Take-Two se tornou dona dos direitos do jogo, e trouxe à vida o título que dessa vez estaria aos cuidados da Gearbox Software. Uma data de lançamento foi divulgada, dia 6 de maio de 2011, mas essa data também foi adiada pela Gearbox, desta vez para o dia 10 de junho.
Enquanto isso a produtora Deep Silver lança em parceria com a Gearbox, o jogo Duke Nukem: Critical Mass, para portáteis. Tratava-se de um jogo em terceira pessoa onde o herói enfrentava novamente o Dr. Proton, primeiro vilão da série. O cientista leva seus robôs para dominar a Terra novamente e o resto é o mesmo chichê de sempre. Apesar do jogo ser bom, havia uma coisa ainda melhor.
Duke Nukem: Critical Mass (Foto: Divulgação)
Duke Nukem Forever finalmente será lançado
Depois de 14 anos e duas gerações de videogames, a quantidade de histórias e desculpas fizeram com que os fãs do jogo desacreditassem quase que totalmente em um possível lançamento de Forever. Quase. A data marcada está chegando e a demo do jogo já foi disponibilizada para os fãs testarem. Além disso, quem fez a pré-compra de Duke Nukem Forever, teve a sua “fé” recompensada pela Gearbox, com o primeiro DLC do jogo gratuíto.Duke Nukem Forever entrou em fase Gold de produção, onde os discos foram todos prensados, gravados e enviados para as lojas. Haverá algo que possa impedir o lançamento deDuke Nukem Forever agora?
saiba mais
E como será o jogo completo? Será que ficou bom depois de 14 anos? A jogabilidade atenderá as expectativas ou deixará a desejar? Ainda não tem como fazermos um review desse jogo, e por enquanto não é necessário. Apenas o lançamento de Duke Nukem Forever, é algo digno de comemoração para muitos fãs que conheceram o herói desde seus primórdios, no início dos anos 90.
Always bet on Duke. Always.