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Gen V – Nem todo Spin-off é apenas caça-níquel.

O termo Spin-off nos meios de comunicação representa uma obra ou história derivada de uma ou mais obras já existentes e normalmente com grande apelo de público. Na grande maioria das vezes essas histórias derivadas funcionam como um grande caça-níquel na medida que trata-se de histórias sem nenhuma dose de criatividade e que se propõem apenas a ganhar uma grana em cima de um produto de sucesso já consolidado.

Contudo vez por outra algumas dessas obras são lançadas e para a grata surpresa de uma legião de fãs da obra original, o produto derivado mantém as mesmas características da obra antecessora sem deixar de possuir personalidade própria e a série Gen V da Prime Vídeo é uma boa integrante desse seleto grupo de séries derivadas.

Imagem: Divulgação

Pegando carona na premissa de The Boys, onde somos apresentados a um mundo no qual os Super-Heróis são imperfeitos, embora passem ao grande público uma imagem de retidão e benevolência, Gen V mostra que toda a devassidão demonstrada pelo Capitão Pátria e pelos demais integrantes dos Sete, teve origem em sua formação na renomada academia de heróis, a Universidade de Godolkin.

Após vivenciar um grande trauma familiar por ocasião do despertar de seus poderes a protagonista Marie Moreau (Jaz Sinclair) consegue ingressar na renomada universidade de heróis, onde vislumbra para si a oportunidade de um recomeço, além da possibilidade de mostrar para a sua irmã mais nova e para o mundo que também pode ser uma grande heroína.

Mas como não demora a perceber, nem tudo é o que parece em Godolkin, e ser reconhecido como um grande herói, exige muito mais que um duro treinamento ou o domínio de suas habilidades, mas muitas vezes o sacrifício dos valores nos quais acredita em prol de uma instituição sombria, manipuladora e na qual impedir prejuízos financeiros é mais relevante do que salvar vidas de inocentes: A Vought.

Toda a perversão moral e derramamento excessivo de sangue que não poupam o expectador são marcas da série e servem para situá-la no mesmo universo de Billy Bruto e Companhia, mas em Gen V esses fatores são incorporados a um universo mais adolescente, mas nem por isso menos tóxico.

Imagem: Divulgação.

Outro ponto positivo da série e a criatividade no desenvolvimento dos poderes dos personagens, que não seguem a velha fórmula dos poderes dos heróis da DC Comics, como na série original, e aqui podemos ver a liberação de poderes mais particulares e criativos como a manipulação de sangue, a alteração de tamanho para os mais variados fins (e põe variado nisso) e até mesmo um personagem bi-gênero que varia a amplitude de sua força, dependendo da personalidade que esteja no controle.

A história se sai bem também com os ótimos coadjuvantes vividos pela misteriosa Indira Shetty (Shelley Conn), o Dr. Edison Cardozo (nosso bom e velho Marco Pigossi), além de presentear o fãs com o retorno Ashley (Colby Minifie), de Soldier Boy (Jensen Ackles) e do próprio Capitão Pátria (Antony Starr) no episódio final.

Imagem: Divulgação

De uma maneira Geral Gen V revela-se uma grata surpresa, uma série interessante, boa de se assistir, com um grupo de protagonistas interessantes, mas principalmente conservando tudo aquilo gostamos em The Boys mas com o toque jovial de uma nova geração de heróis, no melhor mas também no pior sentido da palavra.

william

Direito por formação, Nerd e Otaku por inspiração, Cinéflo por concepção, Redator nas horas de solidão, Pai e marido por paixão e Cristão por convicção.