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Madame Teia – Muita madame pra pouca teia

As produções cinematográficas de super-heróis, que dominaram as telas de cinema na última década,  vem dando claros sinais de saturação, afastando o grande público das salas de cinemas por todo o mundo.

Mas como típico brasileiro que não desiste nunca sempre que uma nova produção desse tipo é anunciada, com atores de talento reconhecido e principalmente com aquele trailer caprichado, fico com a expectativa de que as coisas serão diferentes e que uma nova era com filmes de heróis da melhor qualidade pode estar ressurgindo. Foi com essa expectativa que este redator e boa parte do público compareceu às salas de cinemas do país para prestigiar Madame Teia, nova produção da Sony, que tenta consolidar seu universo de personagens do Homem-Aranha, sem o Homem-Aranha, e acabou quebrando a cara.

Imagem: Divulgação

O longa, dirigido e roteirizado pela cineasta britânica S. J. Clarkson, acompanha, aos trancos e barrancos, a trajetória da paramédica Cassandra Webb, ou Cassie para os íntimos, (Dakota Johnson), que adquiriu poderes de clarividência quando sua mãe, no leito de morte, foi picada por uma aranha que lhe dotou de poderes sobrenaturais (muito original).

Enquanto tenta adaptar-se aos seus poderes de previsão do futuro, Cassie entra em contato com o trio de adolescentes formado por Julia (Sydney Sweeney), Araña (Isabela Merced) e Mattie (Celeste O), que encontram-se em perigo com a chegada de Ezekiel (Tahar Rahim), uma espécie de Homem-Aranha do mal, que no passado trabalhou com a mãe de Cassie na floresta Amazônica buscando uma aranha com propriedades específicas e que poderia conceder poderes, mas que atualmente dedica-se exclusivamente a perseguir as jovens que em um futuro próximo seriam responsáveis por matá-lo.

Imagem: Divulgação

Chega a ser impressionante o nível de confiança que o trio de adolescentes deposita em Cassie, uma completa estranha, que não domina seus poderes e que nem mesmo detém nenhuma informação sobre a razão da perseguição implacável empreendida por Ezequiel ao trio de meninas.

Como  a protagonista da trama está mais perdida que cego em tiroteio Cassie sai em busca de respostas sobre seu passado, viaja até a floresta Amazônica, e mesmo estando no meio da maior floresta do mundo coincidentemente encontra um homem que conheceu sua mãe no leito de morte e que tinha todas as respostas que conectavam Cassie, o trio de adolescentes em perigo e o vilão Ezequiel, fato que, na realidade, seria mais improvável que ser o único ganhador da Mega-Sena da virada.

Imagem: Divulgação

Depois de conseguir as respostas necessárias para enfrentar o vilão Cassandra retorna aos Estados Unidos a tempo de salvar as adolescentes da perseguição do Homem-Aranha negro e a partir daí o que se vê no filme é uma correria desenfreada para fugir do vilão, sem nenhum plano específico traçado para acabar com a ameaça que no fim das contas é derrotado por uma série de coincidências e sem nenhuma interferência direta da protagonista.

Ao final da projeção, que não conta com nenhuma cena pós-créditos, percebe-se facilmente que o filme foi um grande desperdício de um bom elenco numa trama desencontrada, sem-graça e pouquíssimo inspirada. Um filme totalmente descartável mas que ao menos serviu ao propósito destronar o filme Esquadrão Suicida de David Ayer como o pior filme de heróis de todos os tempos. Talvez esse tenha sido seu propósito desde o início e nisso, o filme é imbatível!

 

william

Direito por formação, Nerd e Otaku por inspiração, Cinéflo por concepção, Redator nas horas de solidão, Pai e marido por paixão e Cristão por convicção.