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O Nevoeiro | Análise da série

Do terror “Lovecraftiano” ao Horror Psicológico – Uma nova abordagem a obra de Stephen King.

O Nevoeiro (The Mist) já foi adaptado uma vez para o cinema. O filme de 2007 dirigido por Frank Darabont apresentou, de forma primorosa, o conto de Stephen King nas telonas. As mudanças que houveram no filme enriqueceram e encerraram de forma bastante coerente e impactante (não se preocupe, sem spoilers aqui). Se você ainda não viu o filme, corra e assista agora mesmo!

O filme de 2007

O terror apresentado na versão original é muito ligado ao terror “Lovercraftiano”, sua extensa mitologia de criaturas extra planárias e o horror causado pelo encontro com essas bestas inconcebíveis à mente humana. Para quem já leu “O chamado de Cthulu” ou “A História do Necronomicon” sentirá certa familiaridade.

Ctulhu é você?

Por ser um conto “O Nevoeiro” deixa algumas lacunas e não há preocupação em explicar as causas deste fenômeno ou as criaturas que aterrorizam e matam qualquer um. Há apenas a suposição do teste militar, o projeto “Ponta de Flecha”, mas não passa de uma especulação, já que não há o objetivo de investigar as causas, mas sobreviver.

Por outro lado a série, produzida pelo canal Spike (no Brasil transmitida pela Netflix), não pretendeu reproduzir a história do livro, mas uma adaptação. Tudo se passa no mesmo universo, no entanto, com outros personagens, um novo olhar e novos terrores — um foco completamente diferente. Isso possibilita uma dinâmica nova entre os personagens e o nevoeiro em si.

A série apresenta uma visão diferente.

 

Os estereótipos, que são presentes no livro e no filme, ainda continuam nos dois núcleos da séries: o fanático religioso, o pai protetor e preocupado, o militar e o jovem esportista. Tudo isso bem dosado para ficar orgânico e fluído. A vantagem de ser uma série é que o tempo pode ser melhor aproveitado e não é preciso atropelar trechos para contar tudo em 2 horas.

 

A nova produção aposta em um terror menos “Lovecraftiano” e mais voltado para o terror psicológico. Com a ideia de que – “o terror habita a profundidade da psique humana”. O nevoeiro torna-se um personagem que evidencia os “pecados” de cada um, o que pode tornar o horror mais palpável para o espectador. Porém para quem espera uma criatura saída do Necronomicon devorando pessoas poderá ficar um pouco “decepcionada”.

O tempo pode ser uma arma poderosa para a série e seu desenvolvimento no geral. Sendo bem preparada por toda a equipe a história poderá ser uma valiosa adição para a obra criada por King e a expansão de sua mitologia. Agora é esperar para ver como tudo se desenvolverá.

E você, nerd, já assistiu a série, leu o livro, viu o filme? Coloque nos comentários o que você achou.

Até a próxima!

David Acioli

Professor de História, poeta nos momentos de inspiração, cafecólatra, Nerd de carteirinha, tem como hobbies acompanhar séries, assistir filmes e debater teorias sinistras. De Maceió, criado em Arapiraca e como filho pródigo de volta a Maceió. A nerdice aqui é mais de 8000.