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One Piece: A série – É assim que se faz um live action!

O gênero de filmes live action é um daqueles que tinham tudo para se popularizarem entre os cinéfilos já que basicamente são adaptações de histórias que já faziam muito sucesso com o público em outras mídias como as animações, os vídeo games ou os animes. Contudo, o que vinha sendo apresentado aos fãs dos mais variados gêneros foi uma infinidade de filmes toscos, pouco inspirados e que em quase nada lembravam a obra original.

Por essas e outras razões o anúncio do live action do anime One Piece foi recebido com ceticismo, para dizer o mínimo, pelos fãs da obra de Eiichiro Oda, até que a série finalmente estreou na Netflix e afundou como uma âncora toda e qualquer dúvida sobre a adaptação da maior obra do mangaká.

Imagem: Divulgação

A série do pirata do chapéu de palha conta com uma mega produção, capaz de rivalizar em níveis de qualidade com os melhores filmes da Marvel, reproduzindo de maneira muito fiel e com grande riqueza de detalhes as embarcações, cenários, locações e personagens da trama.

A produção também capricha muito na caracterização dos personagens, obviamente corrigindo um ou outro excesso característico dos animes como o cumprimento do nariz aqui, o tamanho de uma cicatriz ali, mas sem deixar de representar em essência marcante de cada protagonista ou coadjuvante.

Imagem: Divulgação

Por falar em personagens o ator Iñaki Godoy dá um verdadeiro show interpretando o protagonista Monkey D. Luffy. Os trejeitos, o comportamento a maneira como fala, tudo leva a crer que o ator nasceu para interpretar o pirata do chapéu de palha, ou que o personagem foi criado para ser encarnado pelo ator. O mesmo pode ser dito de Mackenyu, já conhecido dos amantes de animes por ter dado vida a Seya no famigerado live action de Cavaleiros do Zodíaco e que na série consegue sua redenção com sua ótima performance como Roronoa Zoro.

A tripulação do navio Going Merry termina encabeçada por Nami (Emily Rudd), Usopp (Jacob Romero) e Sanji (Taz Skylar) que assim como os demais conseguem incorporar cada personagem com perfeição, trazendo leveza à trama dos piratas e brindando o espectador com ótimas cenas, tanto na parte cômica quanto nas horas em que a ação é exigida.

Imagem: Divulgação

O poder de síntese da adaptação também é outro ponto muito positivo da obra, já que One Piece é conhecido por ser um animes com uma quantidade imensa de episódios, e condensar uma centena dessas capítulos em apenas oito episódios sem perder aspectos importantes da trama, mostrou-se outro grande acerto da Netflix.

Com uma história enxuta e ao mesmo tempo completa, fiel à obra original mas também com muita personalidade e com uma produção de primeira linha, One Piece a série passa a impressão de que seu grande diferencial não é apenas o grande investimento financeiro empregado no projeto, mas sim o fato de ter a frente pessoas que não somente compreendem os aspectos técnicos de uma obra cinematográfica, como também possuem paixão por aquilo que fazem. Se um grande fã de animes fosse bancado por uma grande empresa de streaming para adaptar com atores reais uma das obras de maior sucesso do universo de animações orientais, o resultado certamente seria One Piece: A série. Preparem a pipoca e divirtam-se!

william

Direito por formação, Nerd e Otaku por inspiração, Cinéflo por concepção, Redator nas horas de solidão, Pai e marido por paixão e Cristão por convicção.