Os Mercenários 4 | Crítica
Mais uma prova de que Hollywood precisa parar com continuações de franquias já encerradas
Nota: 6/10
Após 9 anos da “finalização” da franquia que exala a masculinidade de macho alfa, onde os três filmes praticamente mostram homens fortes e suados, explodindo coisas, atirando em inimigos com frases clichês e repreendendo qualquer sentimento, o quarto filme continua no mesmo ritmo, porém errando no que sabia fazer.
No quarto filme da franquia “Os Mercenários”, a equipe enfrenta um traficante de armas que comanda um enorme exército privado. Munidos com todas as armas inimagináveis, os Mercenários são a última linha de defesa do mundo. Reunidos como a equipe de mercenários de elite, os veteranos comandados por Sylvester Stallone se juntam pela primeira vez a uma nova geração de estrelas. Os novos membros da equipe com novos estilos e táticas darão a “sangue novo” um significado totalmente novo. E quando a equipe é chamada para mais uma missão, é certo de que todas as outras opções seriam incapazes de cumprir o que só eles podem.
Com grandes franquias de ação que vira e mexe desencadeiam ótimos filmes do gênero, como “John Wick” e “Missão Impossível”, “Os Mercenários” tenta fazer seu nome novamente como fez em 2010 com seu primeiro filme. Sylvester Stallone (Barney), Jason Statham (Christmas), Dolph Lundgren (Gunnar) e Randy Couture (Road) são os únicos que voltam para seus papéis e a substituição de elenco começa com 50 Cent (Easy Day) e Tony Jaa (Decha) substituindo, respectivamente, Terry Crews (Hale) e Jet Li (Yin Yang).
Toda essa “atualização” de elenco, conta também com o bom alívio cômico Galan (Jacob Scipio) e as duas primeiras oficiais integrantes femininas dos Mercenários, que realmente fazem parte da equipe, Gina (Megan Fox) e Lash (Levy Tran). A questão é que ambas não têm um papel tão desenvolvido para além de desejarem os homens do time, sensualizarem e cumprirem os estereótipos femininos e étnicos, assim o filme erra na tentativa de se atualizar e agradar mais públicos.
Prometendo uma volta com grandes cenas de ação e guerra, essa volta decepciona por trazer apenas cenas de tiros já vistas muitas vezes, sem grandes coreografias ou surpresas, com lutas corporais sendo as melhores executadas. Statham carrega o filme no carisma e na ação, mas por mais que o ator seja um dos melhores para o gênero, o roteiro não o ajuda com falas extremamente clichês e rasas.
Perdendo uma grande oportunidade de se igualar a grandes franquias de ação que se mantêm até hoje, “Os Mercenários” deixa de lado um grande trunfo em retornar sem ao menos ter participações especiais para trazer a nostalgia de uma franquia nem tão antiga para tal. A necessidade de continuações e reboots que Hollywood está tendo, afeta obras estabelecidas que não mereciam ter o legado manchado (tal qual “Jurassic Park” ou os live-actions da Disney), e infelizmente “Os Mercenários 4” entra para um clube seleto de continuações que não somam, mas só atrapalham, mesmo não deixando de entreter.