Pérolas ocultas no catálogo da Netflix – Oxigênio (2021)

Existem filmes que conseguem atrair a atenção do público com um visual grandioso, com cenas de ação bem elaboradas e muitas explosões, como os filmes da franquia “Missão: Impossível” de Tom Cruise. Outros longas ficam na memória por apresentar belas histórias de amor embaladas por uma ótima trilha sonora, como no filme “Nasce uma Estrela”, com Lady Gaga.
Mas alguns pouquíssimos filmes conseguem sobressair sem a utilização de nenhum desses recursos, tendo como base tão somente um roteiro bem amarrado, uma atuação convincente e um ótimo diretor no controle do longa. Se você curte esse tipo de filme, “Oxigênio” do cineasta francês Alexandre Aja,é uma ótima pedida escondida entre milhares de opções no catálogo da Netflix.

A trama com contornos aparentemente simples conta a história de Liz (excelente atuação de Mélanie Laurent), uma mulher que ao despertar descobre estar presa em uma câmara criogênica por razões que desconhece. Para piorar ainda mais a sua situação a protagonista não se recorda do seu passado, e descobre que o oxigênio que a mantém viva no interior da câmara está próximo do fim.
Qualquer filme que acompanhe um personagem desmemoriado, se debatendo em um cubículo de poucos metros quadrados e sem qualquer interação com outros personagens, tem que ter um roteiro muito bom para segurar a atenção do público até subirem os créditos, e é exatamente isso que o cineasta Alexandre Aja entrega ao público.

É claro que a elogiada atuação de Mélanie Laurent, também conhecida por sua participação no filme “Bastardos Inglórios” de Quentin Tarantino, é a cereja do bolo nesse filme que exige da atriz habilidade para mostrar uma Liz inicialmente confusa e desesperada para libertar-se, e que aos poucos é obrigada a controlar a própria ansiedade para reduzir o consumo de oxigênio e assim prolongar seu tempo de vida.
Durante aproximadamente duas horas o expectador é completamente absorvido pelo suspense, que acaba sendo sugestionado a supor as hipóteses mais variadas para tentar entender o que se passa com Liz. Nesse ponto, vale frisar a excelência do roteiro de Christie LeBlanc que mesmo entregando algumas pistas ao longo da história, consegue surpreender a audiência com uma conclusão inesperada e coerente.

Oxigênio não é exatamente um filme original, mas revela-se uma grata surpresa pela maneira como a história é bem conduzida, um suspense daqueles de tirar o fôlego, que não permitem ao expectador o mínimo desvio de atenção. Além de tudo isso, mostra-se um filme pertinente ao tratar de isolamento e quarentena em um mundo que ainda enfrenta as graves consequências causadas pela pandemia do novo coronavírus. Um verdadeiro filmaço!
Por aqui seguimos firmes no propósito de auxiliar os assinantes da gigante do streaming em sua busca pelos melhores conteúdos oferecidos, lançando luz sobre aqueles filmaços escondidos, procurando os melhores roteiros, focando naqueles personagens que nem sempre são valorizados e nas melhores histórias. As verdadeiras pérolas ocultas da Netflix.