Resenha – O caso Eduard Einstein
Albert Einstein foi um dos maiores gênios do século 20, descobridor da teoria da relatividade, ganhador do Nobel entre outras conquistas. Porém, iremos falar de um outro Einstein desconhecido, o filho de Albert, Eduard.
Eduard era o maior problema que Einstein não conseguia solucionar. Albert Einstein mencionou em uma correspondência “Meu filho é o único problema que permanece sem solução”. No livro O caso Eduard Einstein de Laurent Seksik nos é contado um pouco da história desse peculiar Einstein que viveu a sombra do pai conhecido.

Entre cartas e pensamentos, o livro mostra o ponto de vista dos protagonistas, principalmente o de Eduard, e através disso vamos descobrindo quem foi Eduard Einstein, como era a sua mente passando pela vida dele em Burgholzli, o hospital psiquiátrico que ele passou a maior parte da vida além da vida com a família na casa em Zurique, Suíça.
Eduard, o filho que Einstein escondeu!
Eduard nasceu em Zurique, na Suíça, em 1910. Filho mais novo de Albert Einstein e Mileva Marić. Tal como seus pais e seu irmão mais velho Hans Albert, Eduard era muito inteligente, fã de Freud. Eduard tinha o apelido de Tete ou Teddy e chegou a estudar medicina, onde pretendia ser um psicanalista que nem Freud mas infelizmente sua mente sucumbiu a esquizofrenia.

Mileva por sua vez não era somente uma matemática e física sérvia talentosa que muitos dizem e que até o próprio Einstein sabia que sem ela, ele não teria descoberto a teoria da relatividade… Era também uma mãe devota e dedicada na criação dos filhos que sempre fez o melhor que pode por eles. Além deles, Mileva e Albert tiveram ainda Lieserl Einstein, de que pouco se sabe.

A vida em Burgholzli
Eduard foi internado em 1930 em um dos melhores hospitais psiquiátricos da Suíça, o Burgholzli, depois de vários ataques contra ele próprio e contra outras pessoas depois de várias tentativas falhas de sua mãe de lhe trazer de volta a lucidez. Ela já não sabia mais o que fazer para proteger o filho, restando somente a internação em Burgholzli.
O livro descreve desde os primeiros sintomas aos delírios e os sofrimentos de Eduard e sua mãe Mileva. Também mostra o fardo que era ser filho de Einstein principalmente a falta que o pai fazia na vida dele e as consequências decorrentes disso.

Entre as internações, seu pai o visitou uma única vez em 1933 para se despedir pois se mudaria para os EUA (fugindo dos nazistas), após isso nunca mais o visitou. Quem contava para Albert sobre as condições do filho era Michelle Bessa, amigo da família que sempre que podia visitava Eduard; ele também pedia para o amigo visitar o filho, mas era sempre negado… Eduard faleceu em 1965, aos 55 anos, sozinho!
O livro descreve que Albert Einstein era um marido e pai ausente, que não compreendia, tinha medo e talvez vergonha, e por isso talvez nem se esforçava para entender a mente turbulenta do filho mais novo, tão pouco era afetuoso ou presente na vida do filho mais velho Hans Albert.
A escrita tem uma boa abordagem contado em primeira pessoa e de bom entendimento, com boa diagramação, nos levando a conhecer um outro lado pouco abordado de Albert Einstein e sua família; por isso recomendamos a leitura (publicado pela Editora Bertrand Brasil e pode ser encontrado nas melhores livrarias).