X-Men nos games: A trajetória dos filhos do átomo em suas aventuras eletrônicas
Acompanhar a trajetória dos X-Men nos videogames pode ser complicado. São muitos títulos, muitas histórias, muitos personagens, da mesma forma que ocorre nos quadrinhos. Do primeiro jogo para NES a um dos mais recentes – X-Men: Destiny, da Activision – houve uma evolução exponencial da tecnologia de entretenimento virtual. Os videogames ganharam mais realismo, uma maior interatividade com o jogador e, é claro, tornaram-se algo essencial para muitos em termos de diversão.

Entre 1989 e 1992 a franquia não era dominada por nenhuma empresa em especial, os jogos ainda eram 2D, com cores chapadas e com roteiros pouco incrementados, caso de The Uncanny X-Men (NES), game que pegava até mesmo o nome da revista em quadrinhos emprestado e apresentava uma aventura simples, de visão isométrica. Os jogos que se seguiram foram X-Men: Madness in Murderworld (Amiga, Commodore 64, MS-DOS) e X-Men: The Fall of the Mutants (PC, MS-DOS).
Ainda durante esse período foi desenvolvido o primeiro game dos mutantes para fliperamas: X-Men Arcade Game, pela Konami, casa de Solid Snake e da série Metal Gear Solid, com direito a multiplayer para até seis pessoas. Este jogo, inclusive, ganhou um relançamento recente no Xbox Live e PlayStation Network.

Em 1993 a Sega resolveu comprar os direitos de produção de jogos dos X-Men e então lançar um game chamado apenas de X-Men para Game Gear e Mega Drive. Pouco tempo depois, a Capcom, mesma produtora de Street Fighter, havia feito o mesmo e que no ano seguinte lançou X-Men: Children of the Atom, um dos clássicos da franquia nos games, para as plataformas rivais, na época, fliperamas, PlayStation e PC, juntamente com uma versão para Sega Saturn. Com isso desencadeou-se uma “briga” de mercado entre as duas empresas: a Sega apostando no Mega Drive e no Game Gear e a Capcom apostando na potência do PlayStation e na versatilidade dos PCs.
Em 1996, a Sega lançou seu ultimo jogo com o nome dos mutantes, X-Men 3: Mojo World – com heróis como Ciclope, Gambit, Havok, Psylocke, Vampira, Tempestade e o sempre presente Wolverine – apenas para Game Gear, deixando o mercado para a Capcom continuar com a franquia.
Ano 2000, a Activision lança X-Men: Mutant Academy (de luta, com roupas baseadas no primeiro filme dos personagens) e X-Men: Mutant Wars (voltado para o gênero beat’em up), para PlayStation e Gameboy Color, respectivamente. Tais jogos renderam bons lucros à empresa, que resolveu então brigar pelo direito de exclusividade da franquia.
No mesmo ano, a Capcom lançou seu até então último game com a presença dos X-Men –Marvel vs. Capcom 2, jogo de tremendo sucesso até hoje, lançado originalmente para fliperamas, Dreamcast e com conversões para Xbox e PlayStation 2. Este também foi relançado para os consoles atuais, via distribuição digital. Ainda em 2001, a Activision lançou Mutant Academy 2, que desta vez era focado nas versões dos personagens saídas dos quadrinhos.

Anos na frente, novos títulos surgiram, entre eles X2: Wolverine’s Revenge (inspirado pelo filme X-Men 2, para PS2 e Xbox), os RPGs X-Men Legends e X-Men Legends II: Rise of Apocalypse (para diversas plataformas, como PS2, PC, Xbox e GameCube). Além do jogo X-Men: The Official Game, lançado juntamente com o filme X-Men: O Confronto Final.
O jogo se passa entre o segundo e o terceiro filme, contando o que aconteceu com personagens como Noturno, que não aparece em X3, além de diversos outros detalhes. O game termina onde inicia o filme, fazendo com que qualquer um que chegue no final do jogo fique querendo loucamente assistir à produção. É uma ideia interessante a história não compromete, mas o jogo em si foi considerado um pouco fraco na época.
Voltando aos ringues, os personagens estrelaram X-Men: Next Dimension, em mais uma investida da Activision com um jogo de luta entre mutantes. Desta vez no PlayStation 2, Xbox e GameCube, o game prezou por ter gráficos melhores que as encarnações de Mutant Academy, mas pecou na jogabilidade, que nem de longe lembrava um bom game de luta.

Outros títulos dignos de nota com a participação dos mutantes valem uma citação, como o mega-RPG Marvel: Ultimate Alliance (bem como sua continuação) e o ex-falecido, mas nem tanto, Marvel Universe Online, que deverá sair daqui um tempo e, com toda a certeza, contará com a presença de toda a galera da Mansão X, bem como alguns de seus piores vilões.
Vale citar também Marvel Nemesis, este sim um jogo de luta bonito e até com uma jogabilidade interessante, que foi lançado pela Electronic Arts e produzido pela Nihilistic Software. Personagens como Wolverine e Magneto estavam por aqui. Já Marvel vs. Capcom 3 é o novo capítulo da saga de crossover da Capcom, que conta com a presença de diversos mutantes em seu hall de lutadores – Wolverine (claro, sempre ele), X-23 (a clone feminina), Fênix e até o brincalhão Deadpool. Mesmo que já tenhamos falado demais em Wolverine, também é válido lembrar dos jogos solo do personagem, com destaque para o mais recente, baseado em seu filme.
Atualmente, a Activision pretende nos brindar com X-Men: Destiny. O jogo tem uma pegada mais ”Mass Effect”, com elementos que lembram, e muito, a saga da BioWare, como escolha de diálogos, construção de personagens e possíveis finais múltiplos. O game nos introduz a três novos mutantes, que devem ter seu poder escolhido pelo jogador e desenvolvido ao longo da aventura. PlayStation 3, Xbox 360, Wii e Nintendo DS recebem o título, então boa parte dos jogadores vai poder conferir.