resenha

Crítica — Justice League Dark: Apokolips War

Quem não tem cão, caça com gato como se diz no ditado. Se o universo compartilhado da DC nos cinemas ainda titubeia para encontrar sua vocação, nas animações direto para home vídeo, pode-se considerar um sucesso uma franquia de quatorze filmes em dezesseis anos. “Justice League Dark: Apokolips War” pode não ser um “Flashpoint” mas dá um desfecho honesto, ainda que cheio de pequenos problemas a um universo que conseguiu manter os personagens da distinta concorrência em constante evolução.

Desde o começo, os filmes do Universo DC foram inspirados principalmente na linha dos Novos 52. Partindo de “Liga da Justiça: Guerra”, de 2014 bebendo diretamente da fonte de Geoff Johns e Jim Lee, onde Darkseid é apresentado como o primeiro adversário e razão da reunião da Liga. Eis que agora, o vilão está de volta e tem um plano mais ambicioso de vingança com os heróis, que não demoram para cair em sua armadilha.

Apesar do título remeter a saga dos quadrinhos intitulada Darkseid War, ela não compartilha quase nada em comum com a história dos gibis, em grande parte por transpor também elementos e o clima de outras obras desse universo compartilhado. Para além da premissa básica dos heróis da Terra reunirem para derrotar Darkseid de uma vez por todas, temos ecos importantes das animações dos Jovens Titãs e em especial da Liga da Justiça Sombria, representada pelo protagonista Constantine e aparições pontuais de outros membros.

Essa ligação com a versão mais pesada da liga, somada às várias baixas de personagens que aconteceu ao longo da produção, parecem ter sido a motivação da classificação Rated-R escolhida e permitiu doses cavalares de violência gráfica, nem sempre necessária. Mais do que o grande filme evento da gigante Marvel nos cinemas, aqui não há medo de descartar personagens amados e eles se vão aos montes. E este é o primeiro fator que faz com que nos importemos pouco, apesar do choque inicial de ver mais um cruzado de capa caindo ensanguentado. O segundo fator é a conclusão, que retira bastante do peso, embora seja graficamente linda.

A parte mais divertida disso é ver alguns momentos realmente empolgantes, com uma animação fluida e bem feita. São alguns bons momentos quando você se pergunta verdadeiramente se personagem X vai vencer o personagem Y, entregando um fã-service prazeroso de de ver. E se a produção consegue, através disso fechar as portas e apagar as luzes de forma coerente, então por mim tudo bem.