resenha

Resenha – Túneis (série)

Quem me conhece sabe que Túneis é uma das minhas séries favoritas no mundo e uma das que julgo mais injustiçadas neste planeta. Isto porque apesar da história ser incrível, daquelas de explodir sua mente, este aspecto em especial não vem fácil nem cedo na saga. Esta é uma recompensa obtida apenas por aqueles que perseveram na leitura, e vou te dizer porquê.

Iniciamos o primeiro livro da saga conhecendo Will Burrows, um adolescente inglês que não tem nada comum. Ele é albino, sua família é totalmente disfuncional e seu hobbie é fazer escavações amadoras na companhia de seu amigo, Chester, já que herdou a paixão de seu pai por arqueologia. Apesar de todas estas peculiaridades, tudo ia bem na vida e escavações de Will até que seu pai desaparece sem deixar rastros. Tentando descobrir pistas de seu paradeiro, Will começa a descobrir que talvez não seja a única pessoa usando Túneis e escavações abaixo de Londres.

Então temos um universo subterrâneo, sociedades secretas, uma vibe de distopia, espionagem e conspirações. O primeiro livro da série tem um ar de Indiana Jones com Viagem ao Centro da Terra, o que vai conquistar os amantes de aventura… Exceto que a aventura em si demora um pouco para aparecer.

Túneis tem o grande problema de outros dos melhores livros que já li: a estruturação impecável da história é o que a torna tão boa, mas isso faz com que a introdução seja grande, tendo um começo lento e chato. Olhando pelo lado positivo, assim que a aventura de fato começa, o ritmo é frenético e se torna impossível largar o livro até terminar. O que não é uma missão tão difícil, vai, são menos de 500 páginas.

E então passamos para o segundo problema da série: Profundezas, o segundo livro. Se o início de Túneis é lento porque te apresenta todo um novo universo, bem, Profundezas tem um novo novo universo para te apresentar. E vai usar aproximadamente metade das suas quase 700 páginas para isso. Cansativo, eu sei. E é por isso que entendo quem desiste, mas te prometo que não tem mais introduções depois disso. Passado o ponto em que conhecemos todo o universo, a leitura começa a parecer uma montanha russa das mais emocionantes. É eita atrás de eita até o fim do sexto livro.

As reviravoltas e a consistência da história são o ponto alto desta saga.  Eu não acho que alguém consiga adivinhar o que vem pelo meio, e muito menos o final, antes de chegar no quarto livro (Armadilhas). Então, por todas as surpresas, criatividade e cuidado com a coerência que Roderick Gordon e Brian Williams tiveram para nos trazer este universo, Túneis tem um espaço todo especial no topo da minha lista de favoritos. É uma daqueles casos que a paciência paga.

 

Série Túneis – 6 livros

Roderick Gordon e Brian Williams

Editora Rocco