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Crítica – Arcane: Ato III (2021)

Os últimos episódios de “Arcane“, a série de League of Legends na Netflix, elevaram o clima da produção e, construíndo o climax de forma competente se estabelecer como  uma das melhores adaptações de games do ano… Talvez, da história.

Antes de tudo, vamos falar da trama desses últimos episódios. Dando continuidade aos conflitos estabelecidos no segundo ato, este começa com tudo mergulhado no caos. Jinx está a beira de um colpaso mental, Jayce está perdido no comando das inovações tecnológicas de Piltover e Vi foi raptada pelos fogolumes.

Porém, este útimo dilema logo se resolve. Pouco antes já tinhamos recebido sinais de que esse grupo de foras da lei certamente estariam ligados a um rosto conhecido. Raramente nos surpreendendo, “Arcane” foca seus esforços em construi bem a narrativa onde a trama corre.

Isso é um esforço louvável. Um arroz com feijão bem feito muitas vezes alimenta muito mais que uma invencionice cafona. Mas existe espaço para invencionices nesses episódios finais. Victor entra num caminho sombrio e pela primeira vez vemos com mais destaque o que existe naquele mundo além do conflito entre as duas cidades principais.

Uma aposta no futuro? Quem sabe…

Arcane

A história das irmãs

O arco de Jinx chega ao seu fatídico climax aqui. Depois de uma batalha insana, a personagem finalmente se torna o monstro insano que os jogadores conhecem. Ou, quase.  Ao mesmo tempo que a série vai sim construindo as relações de conflito e responsabilidade dos personagens, “Arcane” toma o cuidado especial de nunca vilanizar por completo nenhum dos personagens jogáveis.

Sempre que o maniqueísmo ganha espaço na obra, ele é destinado aos personagens originais e em especial aos coadjuvantes. Aos campeões, a ambiguidade. Então, Jinx tem seus conflitos de abandono, Jayce lida com a falta de maturidade, Vi precisa se perdoar e Caitlyn precisa abrir seus olhos para o mundo. Por vezes, nos vemos torcendo por alguém num momento e depois o odiando logo em seguida.

Apesar disso, desse esforço em equilibrar bem a moral e o tempo de tela dos protagonistas, Jinx é claramente o motor da trama. Sua transformação da inocente Powder na assassina do submundo, marcado de forma irônica, através do maior sacríficio que ela faz em prol da irmã, é a cereja do bolo.

O futuro

A série finaliza com um gancho enorme, como se os atos que vimos se encaixassem perfeitamente a um próximo e vindouro. Bem como com portas abertas para o mundo enorme de LoL. Há muito o que dizer sobre esse universo. E será difícil manter o bom nível conforme novos personagens aparecem.

Ainda assim, a participação da RIOT na produção, controlando as decisões criativas mostrou como as adaptações de games podem ter um novo padrão de qualidade.

Veja na Netflix