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Crítica do filme Babilônia com Margot Robbie e Brad Pitt

Babilônia
(Damien nos deixa dentro de uma festa que quando acaba a ressaca é forte)

 

Sinopse:

Babilônia é um filme de época que se passa em Los Angeles na década de 1920. A narrativa traz uma história de ambição e excessos desmedidos, acompanhando a ascensão e a queda dos personagens durante uma era de decadência desenfreada e depravação em uma jovem Hollywood. Lukas Haas, Tobey Maguire, Jean Smart, Jovan Adepo, Li Jun Li, P.J. Byrne, Olivia Hamilton, Max Minghella, Rory Scovel, Katherine Waterston, Flea, Jeff Garlin, Eric Roberts, Ethan Suplee, Samara Weaving e Olivia Wilde também estrelam o longa.

Escrito e dirigido por Damien Chazelle, o filme é uma produção da Paramount Pictures e parceria com Marc Platt, Wild Chickens e Organism Pictures Production. O ator Tobey Maguire, junto com Michael Beugg, Wyck Godfrey, Helen Estabrook e Adam Siegel, assina a produção executiva do longa. Babilônia chega aos cinemas dia 19 de  janeiro de 2023.

Confira o trailer abaixo:

 

A festa de Damien Chazelle

 

 

O início de Babilônia há de tudo, é avassalador, te deixa de boca aberta, impressionado, assustado com o que vê, e junto de seus personagens, te da uma já de cara uma ressaca cujo qual você identifica quando nota que aquela festa de quase 30 minutos era apenas o começo para o que estava por vir.
  Damien Chazelle (La La Land e Whiplash) é um jovem diretor e assim como os mais antigos tem seus erros e acertos, talvez este seja o que mais irá marcar sua carreira, da forma mais dividida possível. Afinal com um elenco super estrelado o cineasta se propôs a uma missão nada fácil considerando sua proposta, satirizar, criticar e expor a antiga Hollywood dos anos 20 e ao mesmo tempo homenagear a nova era dos filmes que presenciamos atualmente.
O roteiro tenta fugir do tradicionalista clichê, cujo qual final fica sempre cantando a parece que é sempre a mesma história contada por uma pessoa diferente, e ele consegue em boa parte do tempo te fazendo pensar em que momento tudo ´´se perde“ e é jogado para alto de forma tão repentina e simples.

 

 

 

Olhando deste ângulo podemos associar cada tomada de decisão e rota tomada ao arco de cada personagem, acompanhamos os personagens de Margot Robbie, Brad Pitt, Diego Calva e Jovan Adepo  todos com químicas impecáveis e razões justificáveis dentro do possível para época; o longa cerca a si próprio em sua duração se encaminhando para finais trágicos para seus personagens, e da a cada um, uma lição dolorosa e mostra o como para indústria somos meros números através de gerações, e mesmo aos olhos do público, nosso sucesso lembrado jamais será uma certeza.
Diante suas 3 horas de duração, cinema é feito nas telas, afinal o filme será debatido por aqueles que gostaram e por aqueles que não ambos com inúmeros motivos, a mensagem diante de tudo é forte porém algumas caem como apenas uma citação de lembrança como o caso do personagem do Jovan Adepo, que tem grande potencial de atuação (diga se de passagem)  que poderia ter tido algo mais desenvolvido e aprofundado como os outros, mais é usado como uma figura ´´simples“ para mostrar causas raciais, essas que não tem o mínimo de importância no caminhar do filme.

 

Brad Pitt, com sua atuação mais uma vez maravilhosa de veterano, é o que tem o dialogo mais interessante ao lado de Jean Smart (Watchmen e Doce Lar) dialogo este que diz muito de forma poética, ofensiva porém justa, sobre a relação dos jornalistas com o cinema, atores e entretenimento; e também sobre atores como Jack (personagem de Brad).
Margot Robbie, por outro lado, carrega as partes pesadas do filme, como mulher na época dos anos 20, ela e sua personagem, uma atriz que busca a fama e glória eterna diante de poucas oportunidades e papéis que apenas a sexualizavam, e diante de todo seu cenário ela acaba caindo em decadência com seus vícios e não consegue também acompanhar o progresso do cinema graças a todo preconceito que a ´´alta“ sociedade de Hollywood da a pequena ´´caipira“.

 

O enredo se perde chegando no terceiro ato, pois as vezes se perde em tentar justificar demais suas mensagens e a morte de seus personagens, e isso é o que mais dificultará talvez em um entendimento claro do público em relação as decisões tomadas.
  Tobey Maguire com apenas uma cena, consegue no meio à festa de caos e maravilhas de Chazelle, trazer uma cena bizarra e linda (em seu formado)  nos levando para o submundo do inferno em Hollywood, e nos deixa curiosos ao imaginar como seria um filme do cineasta neste estilo, mesmo em meio as exposições de suas falhas que há no filme.

 

 

 

Crítica Final

Sem esquecer do nosso querido Many (Diego Calva) esse possivelmente teve o final mais feliz possível, sem perceber, ele consegue aquilo que quer, e ao encerramento da obra onde vem a grande homenagem ao avanço do cinema, Many esteve ali, podendo assistir a ´´tudo“ e lembrar de seus amigos e colegas já mortos que queriam tanto fazer parte daquilo, mas não compreendiam que não seriam eternos para sempre para realizar isso, a ali junto as lágrimas de Many que em certos momentos fica perdido diante de sua cegueira por amor e obsessão, podemos nos sentir como ele, espectadores de uma era espetacular, que compreendem tudo de ruim que a indústria foi e pode ser, mas que vê ainda a esperança de um amanhã sempre melhor.
Damien com Babilônia nos joga em uma festa, nos coloca para dançar, nos embebedar o máximo possível a ponto de quase nos cegar para não vermos que ele nos deixa ali desamparados em muitos momentos junto de seus personagens, nos leva do céu ao inferno, e nos da um tira gosto de todos os pecados e luxurias que Hollywood pode ter, e quando saímos da sala, a ressaca é muita, mas ainda assim, é do tipo de festa que muitos se aventuraram a ir de novo, enquanto outros apenas irão aceitar a experiencia única de viver aquilo só por aquelas 3 horas.

 

 

 

 

 

Luiz Eduardo

Cinéfilo Nerd, velho de jovem, com indicações peculiares para vocês, tentando tatuar um pouco de cultura de todo tipo em todos.