Críticas

Crítica | O Acólito (2024)

Com boa dose de honestidade, a estreia de “O Acólito” na Disney+ começou criando expectativas. No entanto, mesmo com dois episódios intrigantes, rapidamente se tornou claro que a série se desviou da premissa vendida em seus materiais promocionais.

Em vez de explorar novos caminhos na vasta galáxia de Star Wars, “O Acólito” apresenta uma trama centrada nas irmãs Mae e Osha, interpretadas por Amandla Stenberg. A introdução de Mae é emocionante, especialmente sua luta contra a Jedi Indara, interpretada por Carrie-Anne Moss.

A cena de combate é inovadora, com Mae usando facas de arremesso contra a Jedi, que se defende mostrando que os Jedi podem ser formidáveis mesmo sem seus sabres de luz. Moss traz a atitude e destreza física esperadas após sua participação em quatro filmes da série “Matrix”, transmitindo maravilhosamente a facilidade com que Indara bloqueia e desvia dos ataques de Mae.

Especialmente bem colocada é a vitória de Mae, ao distrair Indara jogando uma faca no dono do bar e, em seguida, desferindo um golpe letal com outra lâmina, é um momento sombrio e crível. Esta é uma série sobre o lado sombrio afinal, assim pensamos.

Problemas na Narrativa

Infelizmente, o brilho inicial logo se desfaz. Embora haja cenas de ação legais e uma configuração promissora com Mae mirando em quatro Jedi específicos por razões misteriosas, a previsibilidade das revelações prejudica a série. Os detalhes da narrativa são desajeitados, fazendo de “O Acólito” a pior entrada de Star Wars desde o Episódio IX. Espero não cometer exageros, mas é este o sentimento.

Mesmo com valores de produção elevados e efeitos especiais impressionantes, isso não é suficiente para compensar um roteiro confuso e mal elaborado. Os personagens de “O Acólito” são inconsistentes e muitas vezes descartáveis. Carrie-Anne Moss, Dafne Keen e Charlie Barnett, apesar do carisma de seus personagens, são completamente desperdiçados. Eles mereciam mais desenvolvimento e um roteiro mais robusto.

A promessa da Disney e dos criadores da série era de algo novo, diferente e único, situado em uma linha do tempo distante, sem a presença dos Skywalkers ou do Império como inimigos. No entanto, a série parece apenas reciclar elementos já explorados, remetendo constantemente à saga de Anakin e Palpatine. Ao final, com a possibilidade de participações especiais gratuitas nas futuras temporadas só reforça a sensação de que “O Acólito” está tentando preencher todos os detalhes desnecessariamente, em vez de oferecer uma narrativa realmente inovadora.

Potencial Não Aproveitado

Em última análise, e infelizmente, “O Acólito” é uma bagunça do começo ao fim. O final da temporada é confuso e apela para participações especiais sem propósito claro, tentando fisgar os espectadores para uma próxima temporada. A série é repleta de atalhos de roteiro e inconsistências que prejudicam a experiência.

Um enorme potencial é desperdiçado, com os conceitos de novos grupos que usam a força senda escanteados em troca de uma pequena aparição nas sombras e outra pelas costas. É triste perceber que esta galáxia tão tão distamte está ficando cada vez menor em matéria de novas ideias.