CRÍTICA PANTERA NEGRA: WAKANDA PARA SEMPRE
Rainha Ramonda, Shuri, M’Baku, Okoye e Dora Milaje lutam para proteger sua nação das potências mundiais intervenientes após a morte do rei T’Challa. Confira o trailer abaixo:
PANTERA NEGRA: WAKANDA PARA SEMPRE
(Mais que uma homenagem, um renascimento, com novas esperanças)
Uma de 2 anos e meio, desde 28/08/2020 dia da morte de Chadwick Boseman que esperávamos para ver o que aconteceria com Wakanda, seu legado deixado como Pantera Negra que fez com que a Marvel Studios optasse por não escalar outro ator, há dois anos que esperamos por essa homenagem feita a Chadwick e com ela agora finalmente entre nós, assistindo ao filme, é de se entender o peso no set após sua partida, o quão cada ator do primeiro filme parecia não só estar atuando pelos seus personagens mas também pelo próprio Boseman que aparenta estar ali, do lado deles em cada cena do filme, que agora entre nós é hora de se falar sobre essa espera.
INTRODUÇÃO
A trajetória do legado do Pantera Negra é e sempre será a história e arco mais pesado de todo o MCU pois por mais fantasioso que Wakanda e seus heróis sejam, traz mensagens fortes, carrega um roteiro requintado com a mão pesada nas críticas sociais, questões de personagens que nos faz questionar situações reais de vida, e neste novo longa dramático como é, nos faz sentir o luto de tal forma que particularmente talvez seja pouco vista no cinema moderno ainda mais se tratando de filmes de heróis, pois mesmo que tenhamos sentindo a morte do Homem de Ferro e Viúva Negra em Ultimato, Pantera Negra: Wakanda Para Sempre nos coloca dentro da pele daqueles personagens nos faz sentir sua dor e nos deixando em uma catástrofe emocional ao lembrarmos que nosso herói morreu em vida real também.
O Filme encerra essa fase do MCU com todo o emocional pesado que faltou nas outras produções e fez com que essa fosse a fase mais criticada da Marvel até agora, chega a deixar o filme em certo momento com o sentimento de ´´não acaba nunca isso“ pois o ambiente é tão pesado, e Ryan Coogler (Diretor) faz tanta questão em nos trazer isso que o filme fica quase irredutível com suas cenas de ação e com certeza sem o conflito principal, ação alguma o filme teria.
A DRAMATICIDADE COM AS NOVAS APRESENTAÇÕES
Ryan usa muito do sofrimento físico com as atuações de Angela Bassett (Ramonda) e Letitia Wright (Shuri) com closes que mostravam toda sua dor em gritos presos nas veias de seus pescoços, uma imposição física ou verbal um pouco mais forte pois afinal dentro da trama elas não tem o tempo certo para chorar, assim dizer, mesmo que 1 ano após a perda de T´Challa boa parte do tempo parece que tudo está acontecendo no espaço de menos de 2 semanas, o que em muitas vezes é bom dentro do decorrer porém, deixa a impressão que todo o arco foi resolvido as pressas para poderem encerrar a guerra entre as nações, o luto dos personagens e que caminho seguiria o novo Pantera Negra. Não há como não destacar a entrega de todo o elenco feminino do filme que carrega, trama, o peso do manto do Pantera nas mãos mas também a promessa de uma Wakanda que ficara cada vez maior no MCU além claro do filme que está a encerrar esta fase, a primeira sem Os Vingadores encerrando.
Já a introdução da Coração de Ferro, Riri Williams (Dominique Thorne) poderia ter sido abordada de outra forma considerando que é por sua causa que há a guerra entre Talocanos e Wakandanos, seu alivio cômico muitas vezes é exagerado e deixa a Marvel exposta mais uma vez parecendo que não consegue deixar um filme sem seu ´´selo“ de piadas fora de mão, entretanto é bom ver a personagem aparecendo com ótimas referências ao Homem de Ferro fazendo já jus ao seu legado de grande mente brilhante e com portas e expectativas abertas para sua série.
A entrada do Reino Submarino de Namor (Tenoch Huerta) não poderia ter vindo em melhor hora, e, diga se de passagem, que prazer foi finalmente ver o termo Mutante ser usado de forma natural e oficial dentro do MCU. O único lamento foi não termos visto mais de Talocan, pois além de um visual muito escuro que foi o grande pecado, pois brevemente será esquecido o visual da cidade com a chegada de Avatar 2 daqui 1 mês que, apenas em suas fotos já tiveram mais cor que a cidade de Namor; porém de fato do personagem e atuação de Tenoch Huerta não há do que se reclamar ou pensar em julgar pois nos conquista de modo fácil e rápido nos fazendo sempre querer mais dele e não apenas isso, a sua apresentação no MCU além de ser a mais amarrada e mais bem contada até agora dentro de outro filme trouxe consigo também a possível guerra dos mutantes com a humanidade, o quão a Marvel se encaminha para um ótimo arco envolvendo governos contra os heróis (coisa que parecia pouco provável após Guerra Civil) e o como a Condessa Valentina (Julia Louis-Dreyfus) está a se tornar uma grande figura no meio disso tudo, além de nos mostrar um pouco sobre Attuma e Namora que ainda terão um papel muito importante dentro desse cada vez mais novo MCU.
TÃO REAL QUANTO FANTASIOSO
Para quem acompanhou os bastidores ou o mínimo deles, vai entender o quão real o filme é, não só pela parte da Shuri aceitar usar da Erva que a torna Pantera Negra e cumprir com rituais de seu povo deixando sua tecnologia e bolha um pouco de lado como também nos momentos de colonialismo que o filme soube pegar e usar tão bem dando a Namor seus verdadeiros e significativos motivos para odiar a superfície e os humanos, desde a decepção da General Okoye (Danai Gurira) em não conseguir proteger aqueles que ama e jurou proteger com sua vida, até ver Shuri perder toda sua família diante de seus olhos e mesmo com tanta tecnologia em seu mundo, tantos recursos, ainda sim, não poder fazer nada além de assistir.
Pantera Negra: Wakanda Para Sempre, é sobre empatia, isso não apenas pela homenagem a Boseman presente em todo filme e que traz toda a morosidade pesada que faz até parecer certas cenas jogadas (como as com o Everett Ross) mas por tudo que passamos nos últimos tempos de Pandemia, com todo luto que tivemos que superar calados com nós mesmos muitas vezes, ele fecha toda a tragédia em Wakanda com novas esperanças, duas em especial, é o longa que encerra essa fase do MCU com renascimento, com resiliência em fazer o que o herói faz de melhor, sofrer, apanhar, mas se levantar no final pois a sempre uma batalha maior para vir. É trazer expectativas mais reais e contundentes com personagens novos, novas tramas espalhadas como se estivéssemos lendo muitas sagas e HQs ao mesmo tempo, não é apenas um fechamento de projetos, são promessas de que tempos melhores podem vim mesmo que ainda como aqueles do filme tenhamos apanhado tanto poder ter a esperança dessas novas promessas se concretizarem.
Contudo temos aqui um novo tipo de filme na Marvel que mais uma vez foi preciso Ryan trazer, o tipo que não há muita ação, do tipo emocional, que deixa você angustiado para acabar logo pois você não consegue crer no tanto de sofrimento presente em cada canto da tela, deixa pesado, arrastado, mas não ruim, de forma alguma, nos faz no final com tudo de novo que há para vim ai, faz a gente querer um pouco mais.