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Crítica – Shang Chi e a lenda dos dez anéis (2021)

Pegamos o bonde atrasados aqui no site nos lançamentos mais recentes da Disney, mas agora que “Shang Chi e a lenda dos dez anéis” chegou ao streaming vamos fazer uma breve análise desse filme que já explodiu nas bilheterias do mundo todo.

Depois do sucesso esmagador que foi “Vingadores: Ultimato“, a Marvel encontrou-se (e ainda se encontra) num dilema marcante: Como repetir o feito?  Temos agora um universo rico, repleto de personagens carismáticos, mas que foi usado à exaustão. O caminho, para não abandonar todo o passado, foi construir uma transição entre os novos personagens ao mesmo tempo que oferece aos expectadores novos desenvolvimentos dos antigos.

Isso tudo foi feito nas séries do Disney plus e no longa metragem da Viúva Negra (leia a crítica aqui). “Shan Chi e a Lenda dos Dez Anéis” tem uma missão diferente. De muitas maneiras, é um filme tão importante para o MCU quanto foi o primeiro “Homem de Ferro“. Na trama, Shang-Chi é o filho do líder de uma organização criminosa poderosa. O rapaz foi criado desde criança para ser um guerreiro, mas decidiu abandonar esse caminho e fugiu para viver uma vida pacífica. Porém, tudo isso muda quando ele é atacado por um grupo de assassinos e se vê forçado a enfrentar seu passado.

Lendo a sinopse oficial, já é possível perceber ao leitor velha guarda dos quadrinhos que há muita adaptação nessa história. Shang Chi abraça o universo estabelecido, criando um épico de kung fu apenas ma medida que não interfira no contexto geral. Os dez anéis surgem como uma interfacxe do místico e do tecnológico, como a cena pós-créditos deixa claro, e apresenta possibilidades no futuro.

O diretor, Destin Daniel Cretton, parece ter sido escolhido por não pesar a mão em sua identidade visual e isso garante que o selo Marvel segue intacto. Já p elenco é bastante competente em oferecer uma diversão dominical. Simiu Liu ganha nossa empatia e Awkwafina é o destaque da produção. Tony Leung Chiu-wai joga no seguro, mas consegue passar a imponência do seu “mandarim”. Numa longa franquia com poucos vilões verdadeiramente marcantes, ao menos o seu desfecho tem algo a oferecer para este universo.

Por fim, passados já alguns meses da estreia, me surpreende que nenhum portal de cobertura nerd tenha apontado alguma relação do monstro final, vindo do mundo das trevas, com o vilão Mefisto. Tanto buscaram alguma referência ao cramunhão em outras produções do universo Marvel que nem um indício deram a esse respeito e deixaram passar uma referência que me parece óbvia. Aliás, considerando os spoilers das cenas pós-créditos de “Eternos” que já recebi, talvez seja esse mesmo o caminho que o estúdio vá tomar.

No fim, Shang Chi é uma diversão escapista e bem feita, que se contenta em contar seu arco narrativo de forma o mais independente possível do resto do universo Marvel. Sem muito o que oferecer, oferece o que tem de maneira divertida e bem feita. E isso parece bastar às suas pretensões. Também basta para mim.

Veja o filme no Disney+

shang chi

 

Shang Chi e a lenda dos dez anéis (Shang-Chi and the Legend of the Ten Rings)
2021

Direção: Destin Daniel Cretton

Elenco: Simu Liu, Awkwafina, Tony Chiu Wai Leung, Meng’er Zhang, Ben Kingsley