Críticas

“Megamente vs. o Sindicato da Perdição” é imitação pálida do original

Este filme nos faz lembrar do home video, e isso não é bom. Quem tem idade para ter visto o filme “Megamente” em sua estreia de 2010 provavelmente já não se lembra do que é isso. Houve um tempo em que toda animação de sucesso, especialmente as da Disney, ganhava uma sequencia de baixo orçamento para as locadoras.

Agora as locadoras são digitais e ganharam o nome pomposo de streaming, e a prática foi adaptada. “Megamente vs. o Sindicato da Perdição” não é primeiro. “Kung Fu Panda” tem várias séries assim, “Como Treinar Seu Dragão” também. Até o arrasa quarteirão das últimas duas décadas, “Shrek” tem seus especiais de natal e halloween. O problema aqui, e que remete a prática Disney dos anos noventa, é vender este produto menor como uma sequencia.

Não espere muito, não se decepcione

Na trama do novo filme, a  antiga equipe de vilões de Megamente retorna para Metro City. Para evitar que eles mandem a cidade para a lua, o herói azul vai ter que fingir ainda ser um vilão para conseguir derrotá-los.

É revelador que nenhum membro do elenco de voz original tenha retornado. Claro, seria necessário um milagre para trazer Will Ferrell, Tina Fey, Brad Pitt, Jonah Hill e David Cross de volta à cabine de gravação para uma sequência de baixo orçamento. Da mesma forma, o baixo orçamento parece o culpado por um roteiro desconexo, que desperdiça muitas oportunidades de humor.

Antes de tudo, “Megamente vs. o Sindicato da perdição” não parece saber de onde vem o humor do filme original: Megamente, o original, conta com sofisticadas reviravoltas, com um Will Ferrell maravilhosamente exagerado, subvertando em todo o tempo clichês de quadrinhos que formam o espinha dorsal de uma paródia bem feita. Desta vez, porém, a sequencia simplesmente não está à altura.

Na realidade, este filme parece uma daquelas séries de desenhos animados de TV de baixo orçamento que geralmente seguem um filme popular e quando você olha por essa ótica, não é tão ruim. Apenas não se pode negar que trata-se de uma forma totalmente gratuita de encarar uma produção e dar inicio a uma série de animação para preencher um catálogo. As crianças podem tirar lições sobre amizade e trabalho em equipe e valorização de seus amigos. Os adultos, com sorte, vão agradecer pelo filme não ser longo.