Primeiras impressões | Cobra Kai: Temporada 6

Olhando em retrospecto, e considerando que tudo começou como uma piada de uma banda indie amplificada em “How I Met Your Mother”, “Cobra Kai” foi longe. Poucas séries ganham essa oportunidade de ouro. Depois de um pequeno desgaste na última temporada, a série poderá finalmente fechar suas pontas soltas em três blocos de episódios.

Neste primeiro arco, a história é divertida e familiar, nos dando o maior período de calma que “Cobra Kai” já conheceu. Mas com os vilões bem distantes no horizonte e sem nenhum desafio imediato além de se preparar para uma exibição global de caratê, o show tem que fabricar conflitos e discórdias apoiando-se mais fortemente na teimosia petulante de seus personagens. Alguns funcionam mais do que outros, mas é preciso dizer que a série encontrou de novo seu tom, sabendo quando se levar a sério e quando não.

A Evolução dos Personagens

Mesmo sendo piegas e caricato em muitos momentos, é justamente dessa natureza que emerge o melhor que o elenco pode oferecer, além das boas cenas de luta, como sempre. Mas há ali algumas mensagens interessantes. Há um refrão e que vem e volta neste programa, sobre deixar a raiva de lado e superar o passado. Mesmo em “Karate Kid”, o conflito real não era Daniel enfrentando Cobra Kai, mas o fato de que Daniel e Johnny viam suas histórias de forma diferente e nunca se uniram para reconciliar sua animosidade antes que as coisas saíssem do controle. O fim do filme deixava isso muito claro.

Com o tempo, a franquia seguiu e se esqueceu disso. Já “Cobra Kai” cometeu outro erro, o de estender essa questão ao seu limite. Não espanta as criticas que a série recebeu ao longo dos anos, a medida que trocava discussões interessantes possíveis pela repetição da teimosia de seus protagonistas.

Mas, se até aqui a briga infantil de Daniel e Johnny já se tornava enfadonha, o período de paz entre os dojôs consegue finalmente colocá-los de novo em um conflito interessante e divertido. No final das contas, depois de tantas temporadas, já amamos esses idiotas.

No núcleo adolescente, Miguel, Falcão (Jacob Bertrand) e Demetri (Gianni DeCenzo) têm admissões na faculdade em mente enquanto Robby tenta consertar as coisas com Kenny e Devon tenta provar a si mesma em meio à fusão dos três dojos. Tory é colocada em um tormento emocional angustiante, o que nos prepara bem para o próximo lote de cinco episódios, previsto para novembro, plantando sementes de como as coisas certamente darão errado para nossos heróis.

A Comédia Dramática de “Cobra Kai”

No fim, “Cobra Kai” ainda é uma comédia dramática maravilhosa. E embora possa parecer uma reclamação mencionar o quão estúpidos esses personagens podem ser às vezes, isso não é totalmente negativo. A série consegue equilibrar momentos sérios com humor de uma maneira que mantém o público engajado.

“Cobra Kai” é uma prova de como uma premissa aparentemente simples pode se transformar em uma narrativa complexa e emocionalmente rica. O show não só presta homenagem ao legado de “The Karate Kid”, mas também expande seu universo de maneiras inesperadas e satisfatórias. A série encontrou um equilíbrio entre nostalgia e inovação, trazendo novos elementos e explorando profundamente os personagens que os fãs aprenderam a amar.

No final das contas, “Cobra Kai” é mais do que apenas uma série sobre artes marciais. É uma história sobre redenção, perdão e a luta contínua para encontrar o equilíbrio em nossas vidas. E, embora a série tenha seus altos e baixos, sua capacidade de reinvenção e de manter o público interessado é uma prova de seu sucesso contínuo.