Primeiras impressões | How I Met Your Father – 2ª temporada (2023)
Há um claro sinal de alerta quando uma série parecer ter tanto medo de ser abandonada que balança um cameo na frente do espectador como se fosse uma chantagem emocional para que você fique alí até o fim da temporada. Para um roteiro que fala tanto de relações, soa tão abusivo que poderia ser metalinguístico.
Um amor bandido
Se a primeira temporada já contava com a boa vontade do público em confiar que ela desenvolveria aos poucos uma linguagem e alma própria, o começo da segunda temporada cansa por insistir no mesmo pedido. O texto parece não engrenar, por mais que os interpretes se esforcem para isso e direção apela para claque em momentos tão fracos que torna o riso algo raro, forçado e envergonhado.
Hilary Duff lidera, com genuíno desejo de criar empatia do público com sua personagem, todo um elenco carismático que segue perigosamente perto do abismo. Suraj Sharma, Tom Ainsley e Tien Tran estão o tempo todo nos mostrando que possuem a capacidade de nos fazer rir com o texto certo. É nítido que possuem um carisma e um timing desperdiçados pela série. E tudo bem, vá lá, aos fins do terceiro episódio surge pela primeira vez o brilho da filosofia de buteco que esperamos de um derivado de “How I Met Your Mother“. Não por menos, vem da personagem de Francia Raisa, até a aqui a mais interessante da trupe.
No fim, resta genuína vontade do expectador que o esforço seja recompensado, que todo o empenho nessa relação aparentemente fadada ao fracasso realmente faça com que tudo se acerte no futuro. Mas, voltando à metalinguagem, algumas vezes cabe aceitar que não era pra ser.