Resenha crítica – Desaparecidos (2022)
O suspense francês Desaparecidos (Vanishing, no original), do cineasta Denis Dercourt, em um primeiro momento se parece mais com um filme coreano do que europeu, seja pela aparência da maior parte do elenco ou pelo fato de sua história desenrolar-se predominantemente em Seul, capital do país asiático.
O filme acompanha a trajetória de Alice Launev (papel de Olga Kurylenko), uma renomada especialista forense que desenvolveu uma técnica pioneira de identificação de cadáveres. Durante uma conferência em Seul a especialista é convidada pela polícia coreana para auxiliar na solução de um assassinato incomum e juntamente com o detetive Jin-Ho (Yoo Yeon-Seok) irá desvendar os mistérios relacionados ao crime e sua relação com o desaparecimento de mulheres chinesas.
Logo no início do longa temos a participação do ator indiano Anupam Tripathi, um rosto bastante conhecido do grande público devido a sua participação na séria Round-6 da Netflix, atuando no transporte de um órgão para a realização de uma cirurgia de urgência. No decorrer do filme os protagonistas descobrem um complexo contexto criminoso envolvendo o sequestro de chinesas e o tráfico de órgãos.
Por não dominar completamente o idioma coreano Alice é auxiliada por Mi-Sook Lee (Ji-Won Ye) durante sua estadia em Seul, uma mulher muito prestativa e solícita, e que nutre profundos amor e admiração pelo esposo, que também é médico. Embora se trate de uma personagem secundária, Mi-Sook tem papel fundamental no desenvolvimento e principalmente na conclusão da trama, onde seus sentimentos por seu cônjuge serão colocados à prova e ela terá que fazer uma difícil escolha entre sua lealdade e sua consciência.
O diretor Denis Decourt, que também assina o roteiro ao lado de Peter May e Marion Doussot, segue à risca a cartilha dos filmes de suspense à medida que vai lançando paulatinamente informações que parecem aleatórias a princípio, mas que aos poucos vão construindo e fundamentando um roteiro bem amarrado.
Em linhas gerais o suspense francês não surpreende mas também não decepciona ao apresentar ao público uma boa história com uma direção segura e atuações convincentes que conduzem o expectador a um clímax que levará os protagonistas a superarem suas próprias limitações e traumas pessoais para conseguirem acabar com as atividades do sindicato criminoso de tráfico de órgãos. Trata-se de um filme razoável, sem muitas pretensões e que vale o ingresso do cinema, mas só se a pipoca estiver na promoção.