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She-Hulk – Defensora de heróis Resenha crítica do episódio 1

A Marvel Studios acaba de lançar na plataforma Disney+ a 8ª série de seu universo compartilhado (MCU) dessa vez introduzindo a personagem Mulher-Hulk (Tatiana Maslany), alter ego da advogada defensora de heróis Jennifer Walters. A série já vinha sendo tratada com certa desconfiança pelos fãs devido ao CGI problemático apresentado nas primeiras imagens e trailler de divulgação, mas esse primeiro episódio serviu para mostrar que os problemas com efeitos visuais, embora não tenham sido totalmente sanados, ao menos não comprometem o resultado final.

Imagem: Divulgação

A introdução da personagem-título já inicia-se com o artifício da quebra da quarta parede, recurso que estabelece uma interação direta entre público e personagem e que costuma ter uma boa aceitação pelo público quando bem utilizado, como nos filmes do Deadpool, só pra ficar no universo da Marvel.
Na série Walters que é prima de Bruce Banner (Mark Ruffalo), o Hulk original, acaba envolvendo-se em um acidente automobilístico causado por uma nave cuja origem deve ser melhor abordada no decorrer da história, e ao ajudar seu primo a sair dos destroços do veículo, acidentalmente tem contato direto com o sangue de Banner e a partir desse momento adquire a capacidade de tornar-se a Mulher-Hulk.

Imagem: Divulgação

Seguindo a premissa máxima do Tio Ben de que “com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”, Banner decide ajudar Jeniffer a adaptar-se a seus novos poderes em um refúgio paradisíaco e totalmente isolado da civilização.
Apesar da boa interação entre os atores as diversas piadas presentes aos diálogos soam meio forçadas nem de longe lembram aquelas sacadas inteligentes e bem pontuadas dos primeiros filmes do MCU como o Homem de Ferro ou os Guardiões da Galáxia. Na verdade as últimas produções da Casa das Ideias, no cinema ou no streaming, já vêm evidenciando há algum tempo o desgaste da velha fórmula Marvel que embora tenha sido responsável por criar uma legião de fãs e levar milhões de pessoas aos cinemas em todo o mundo, dá claros sinais de que necessita de uma reformulação (com o perdão do trocadilho).

Imagem: Divulgação

Um grande acerto visto nesse primeiro episódio foi a sutil abordagem do machismo que cerca a protagonista em todos os locais que se encontra, a exemplo do que foi visto em seu ambiente de trabalho, quando um colega sugere que deva fazer as considerações finais em uma audiência judicial, e até mesmo durante seu treinamento na ilha com Bruce Banner, no qual Jeniffer Walters se posiciona firmemente ao defender que as mulheres são condicionadas a controlarem sua raiva desde que nascem, mostrando ao primo que embora tenha adquirido seus poderes recentemente, também possui uma coisa ou outra a ensinar ao Vingador mais forte.
O primeiro episódio se encerra com uma aparição surpresa, e sem qualquer explicação até o momento, da vilã Titânia (Jameela Jamil) durante uma audiência judicial, o que obriga Walters a entrar em ação como a Mulher Hulk e rapidamente resolver o problema, sem nem ao menos arranhar os sapatos, ainda que tenha destruído parte da sala de audiências, suas roupas e desarrumado o cabelo. Bom, dos males o menor.

william

Direito por formação, Nerd e Otaku por inspiração, Cinéflo por concepção, Redator nas horas de solidão, Pai e marido por paixão e Cristão por convicção.