Críticas

“Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2” supera o primeiro, mas não muito

E vamos falar de “Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2″. Depois de destruir infâncias no ano passado, Rhys Frake-Waterfield retorna com mais sangue, mais orçamento e ambições muito maiores. O resultado é um filme muito mais afinado com seu objetivo, mas que ainda não consegue se livrar dos problemas que vêm do seu antecessor.

O design do montro melhorou muito, bem como os efeitos práticos da violência gráfica, mas os efeitos digitais ainda não chegaram lá. Fica claro que o salto de US$ 770 para US$ 20 mil no orçamento ainda não foram suficientes para levar a produção a sério como o filme tenta dessa vez.

Sem surpresa, um filme de terror genérico

Dinheiro não é o problema, no entanto. Não existe nenhuma regra escrita em pedra que estipule o valor que um filme precisa para ser bom. De modo geral, o necessário são boas ideias criativas expressas na tela e uma trama minimamente engajante. Claro que o gore subiu alguns degraus, seguindo a porta aberta pelo absurdo violento de “Terrifier 2” de 2020 . Aqui a contagem de corpos facilmente dobra, se não triplica. Mas falta a habilidade transgressora que impregna os filmes de Damien Leone.

Na trama, Christopher Robin (Scott Chambers) terá que lutar para superar seus traumas mais profundos causados pelos assassinatos no Bosque dos 100 Acres. Enquanto a cidade de Ashdown culpa Christopher pelo rastro de sangue deixado, na verdade, pelo Ursinho Pooh (Ryan Oliva), e seus aliados Leitão (Eddy MacKenzie), Corujão (Marcus Massey) e Tigrão (Lewis Santer), o grupo de assassinos quer mostrar que são mais mortais, mais fortes e mais inteligentes do que qualquer um poderia imaginar, e querem a vingar-se de Christopher Robin de uma vez por todas.

Ainda que hajam cenas de mortes criativas e uma antecipação perturbadoramente divertida quando se trata das mortes no filme, é difícil que alguém acostumado a assistir filmes de Slasher realmente se surpreenda com algo. Se algo talvez possa chamar a atenção, que seja a cena da rave com Tigrão e suas garras feito facas.

Um modelo de negócio

E é só isso que é possível dizer. Se você gostou e se divertiu com “Sangue e Mel”, certamente gostará muito de sua sequência, que melhora o material original. Se não gostou do primeiro, este não vai ser um avanço bom o bastante para fazer disso cinema. Rhys Frake-Waterfield criou um filão de mercado, e tem sido muito bem sucedido com isso. Em dois anos, desde 2021, ele produziu 36 filmes com títulos como “The Loch Ness Horror”, “Snake Hotel”, “Alien Invasion” e “Medusa’s Venom”.

Filmes como “Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2” ajudam a manter seu modelo de negócios à base de IPs conhecidos, mas não tem muito mais a oferecer além disso. Nos próximos anos, já está anunciado que teremos um filme de Pinóquio, outro de Bambi e algo que está sendo chamado de “Poohniverse: Monsters Assembled”. Deus nos ajude.