Projeto cinematográfico sobre massacre na Nova Zelândia é suspenso
Não resistiu a um mísero final de semana a ideia de um filme baseado no massacre contra muçulmanos ocorrido em março de 2020, na Nova Zelândia. A enxurrada de críticas negativas foram tantas que os produtores decidiram não seguir com o projeto.
A própria primeira ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, protestou contra o possível filme. “Na minha opinião, que é uma visão pessoal, parece muito em recente para a Nova Zelândia. E embora haja tantas histórias que deveriam ser contadas em algum momento, não considero a minha como uma delas”, declarou.
Com Rose Byrne escalada para viver a primeira ministra e direção de Andrew Niccol, o filme seria focado na reação do governo de Jacinda ao ataque ocorrido em 15 de março de 2020 quando um atirador invadiu atirando a mesquita Masjid Al Noor. Cerca de 200 pessoas estavam no local.
O executor, descrito como branco, loiro, usando capacete e colete à prova de balas, transmitiu os ataques a tiros pela internet. Depois, foram registrados mais tiros no centro islâmico Linwood… Ao todo, 51 pessoas morreram e outras 40 ficaram feridas!
Uma petição da Associação Nacional da Juventude Islâmica pedindo o cancelamento do filme reuniu cerca de 60.000 assinaturas, argumentando que o longa marginalizaria “as vítimas e sobreviventes e, em vez disso, centraliza a resposta de uma mulher branca”. Também alegou que a comunidade muçulmana não foi devidamente consultada sobre o projeto.
A prefeita de Christchurch, onde ocorreram os ataques, disse que equipes de cinema não seriam bem-vindas em sua cidade. “Estou tão indignada deles até mesmo pensarem que isso é uma coisa apropriada a se fazer”, disse Lianne Dalziel.